Foto: Arquivo Pessoal
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Quer dizer que estamos ficando mais velhinhos?
Nós, os brasileiros.
É o que leio na reportagem sobre o tema na home do UOL na manhã cinzenta da sexta-feira.
Censo: Brasil envelhece e tem idade mediana de 35 anos; idosos já são 10,9%
Aplaudo.
Faço gosto.
Agora só falta a gente tomar um tantinho de juízo.
Juízo e bom senso, hein, Brasil!
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A propósito…
Em nome dos meus iguais, os ditos-cujos 10,9 por cento da mostra, agradeço as deferências, o zêlo e o carinho de todos.
Preciso lhes dizer que não me surpreendo com a boa nova.
Tenho notado essa distinta presença a partir do meu lugar de fala.
Dos lugares onde ando.
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Na clínica de fisioterapia.
(Somos absoluta maioria.)
Nos diversos consultórios médicos que, regularmente, frequento pra ver como anda a máquina.
(“O senhor está bem… Nos conformes da idade”, diz o doutor)
Nos supermercados fazendo as habituais compras da semana.
(As senhorinhas, de olhos atentos aos preços. que sobem e sobem. Os senhores e suas indefectíveis camisetas regatas.)
Na fila da lotérica.
(Adoramos fazer uma fézinha na mega sena ou ficamos, jururu, jururu, a saldar as contas do mês.)
No balcão da padaria.
(Bom lugar para papear, e fazer amigos.)
Até na ocupação das vagas de idosos no shopping.
(Não esqueçam de colocar à mostra no painel o cartão de idoso.)
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Então, meus caros…
Há que se reconhecer.
Temos cá o nosso estilo.
Somos assim – e muito mais,
Com nossos sonhos.
Nossas memórias.
E nossa arte.
(Caetano, Gil, Paulinho da Viola, Ben Jor, Chico, Bethânia, Roberto – e outros tantos oitentinhas (ou nas imediações de) estão por ai. Ativos e nos ofertando uma linda trilha sonora em pleno século 21. Ainda ontem assisti, no You Tube, o show de 50 anos de carreira da incrível Alcione. Canta muito.)
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Ah!
Que nos perdoem se deixamos escapar, vez ou outra, nossa ranzinzice.
No mais, continuem nos querendo bem que não custa nada.
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O que você acha?