IV.
Todo o ‘mimimi’ do post de ontem se justifica.
Ainda na manhã deste sábado, voltamos a nos encontrar como nos velhos tempos.
Andamos pelas ruas do antigo Ponto Fábrica, olhamos o movimento das lojas (fraco) e nos instalamos no primeiro canto aprazível de bar para nossas rememorações.
V.
Nos primeiros momentos da roda, tentei introduzir o tema que outrora nos fascinava: futebol. Um palmeirense, um corintiano, um sãopaulino na mesa – e nem assim o papo rolou, Depois do sapeca Iaiá que a Alemanha nos presenteou na Copa do Mundo, o assunto ficou chocho-chocho e não progrediu.
O Escova, o nosso Dom Juan das Quebradas do Sacomã, puxou pelas lembranças de casos ‘rumorosos’ que viveu no tempo em que, a cada esquina, encontrava ‘a verdadeira mulher da sua vida’. Já ouvimos essas histórias centenas de vezes, e não reagimos à narrativa do amigo.
O Poeta nos surpreendeu. Trouxe uma informação que sequer desconfiávamos.
Disse estar saudoso dos tempos em que morou em Arraial D’Ajuda, na rua paralela à igrejinha, um dos pontos turísticos do local.
VI.
Eu olhei para o Escova, que não perdoou:
– Que novidade é essa, compadre?
– Foi no início dos anos 80, antes de conhecê-lo. Fiquei um ano e meio lá.
– Tô até vendo o Poeta hiponga a escrever versos (que ninguém nunca leu) nas areias.
– Deixa de bobagem, Rodolfo. Eu pensava em abrir uma pousada – e lá ficar para o resto da vida.
– Porque desistiu da ideia, perguntei.
– O Plano Collor confiscou meu dinheiro – e não tive como tocar o negócio.
– Mas, isso foi em março de 1990 – ponderou o Escova.
– Então, foi o que eu disse…
VII.
Eu ia polemizar. Mas o Escova me fez um sinal pra deixar pra lá – e mudar de assunto.
*continua amanhã…