Não sei…
Acontece com você?
Basta ler o noticiário do dia para que me assalte a sensação que, tal e qual aqueles filmes americanos de ficção, os ETs facínoras estão se apoderando do corpo e da mente de muita gente (gente?) por aqui.
Como os meus sinceros cinco ou seis leitores bem sabem, tento balizar o conteúdo do Blog pelos fatos do dia. Procuro ressaltar o lado humano que a vida (essa graça divina) nos oferece a cada nova manhã diante do desafio de combater o bom combate.
Como vocês, caros leitores, podem perceber pelo blogar diário deste esforçado escriba, tenho ficado mais na teoria do que na prática. Recorro, então, às conversas com os amigos, às memórias da infância no Cambuci ou mesmo às questões que nos enriquecem no dia a dia da sala de aula.
É uma forma, penso, de escapar das tragédias que leio sem querer acreditar que são reais, que acontecem mesmo, que corrompem, destroem e matam. Por nada, por qualquer motivo torpe e injustificável.
II.
Além de ficar pasmo diante do que leio, assisto e ouço, confesso não o lhes dizer sobre a barbaridade dos crimes contra as mulheres, da intolerância diante dos mais humildes, dos que não professam nossa fé, nossa ideologia, nossas preferências, nossa cor.
O que lhes dizer sobre os que invadiram ontem o Plenário da Câmara Federal para pedir a intervenção dos militares e o desrespeito ao cidadão que se consagra no descalabro dos governantes no Rio de Janeiro, mas que grassa em todo o País?
O que lhes dizer da desfaçatez de nossas autoridades?
Todos sabemos o absurdo que tais fatos revelam. Uma sociedade doente, tristemente doente.
III.
Alguns chegados tentam me consolar. Dizem que o País e o mundo sempre foram assim. O inusitado do fato fica, em nossos dias, por conta da comunicação ampla, total irrestrita. E, claro, tinha de ser, pela ação devastadora das tais redes sociais que, desgraçadamente, dão a exata dimensão do que somos e pensamos.
“Caiu a máscara, compadre” – me alertou o amigo Marceleza há algum tempo.
O mundo virtual “bomba”, “viraliza”, “entrega” as trevas da condição humana.
Será?
IV.
Temo que não seja simples assim explicar o inexplicável desses tempos obscuros que ora vivemos, com nossa cota de complacência e covardia.
Termino a repetir o “não sei” do começo do texto.
Está difícil reconhecer o homem e o monstro em cada um de nós.