Foto: Humphrey Bogart e Ingrid Bergman em Casablanca/Divulgação
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Essas listas de melhor isso, melhor aquilo, melhor aquele outro que tanto sucesso fazem hoje nas mídias digitais não são novidades, especialmente para quem trabalhou como jornalista desde priscas eras.
Eu e os colegas de então que o digam.
Eram comuns naqueles dias, em razão de uma circunstância qualquer, aparecer alguém de alguma revista ou mesmo jornal pautado para fazer uma enquete sobre o melhor isso, melhor aquilo, melhor aquele outro.
O maravilhoso Rubem Braga escreveu até uma crônica sobre o assunto.
A crônica de tão linda deu nome a um de seus livros.
Chama-se As Coisas Boas da Vida.
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Longe de qualquer parecença com o Velho Braga (1913/1990), também cometi meus pecadilhos, instado que fui por tais solicitações.
Sou mesmo um desencanhado.
Querem um exemplo?
Encontrei ontem entre meus guardados um recorte do combativo Jornal da Mooca, de meados dos anos 70, em que escolho os melhores filmes que assisti até então.
1 – Crepúsculo dos Deuses (Sunsset Boulevard/ 1950. Direção: Billy Wilder)
2 – Casablanca (Casablanca/1942. Diretor: Michel Curtis)
3 – Tempos Modernos (Modern Times/1936. Charles Chaplin)
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Não preciso dizer, mas digo.
Fui acusado, na ocasião, pelos amigos e colegas de redação Ismael e Clóvis de saudosista e ‘descontextualizado da novas tendências do cinema moderno’.
Mesmo assim, resisti firmemente às minhas convicções.
Publique-se, disse.
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Diante do recorte antigo, diria que não me arrependo das minhas escolhas e, para dar uma atualizada, eu hoje acrescentaria, por conta e risco (já que ninguém me pediu nada), mais dois títulos:
4 – Cinema Paradiso (Cinema Paradiso/1988. Giuseppe Tornatore)
5 – Meia Noite em Paris (Midnith Paris/2011. Woody Allen)
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Pela temática de ambos, dá para perceber que continuo um irreversível saudosista.
Em tempo de Netflix, desconfio que seja de bom tom perguntar:
O que acharam das escolhas?
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O que você acha?