Ocupação.
Homem constrói a própria moradia em Heliópolis.
Ao fundo, a torre da igreja de Nossa Senhora Aparecida, Ipiranga.
Ano …..
Autor …..
…
A imagem que ilustra o Blog hoje me acarinha a memória.
Tem autor indefinido, mas não desconhecido.
Justiça sê-lhes faça.
São quatro os candidatos.
Citarei os nomes dos prováveis:
– Cláudio Michelli, o Clamic
– Arnaldo Batista, o Neblina
– Walter Silva, o Waltão
– Anísio Assunção, o Mineiro Falador
…
Quem são?
Sem pressa, companheiros.
Deixem-me levar a crônica nesse tom de conversa de bar, pois os supracitados são da minha estima e consideração.
Claro, óbvio, que os conheci. Trabalhamos juntos. Tantas e tantas jornadas. Inesquecíveis até, mas esta da foto, caramba, deu pane total!
Daí, a dúvida.
…
Tem hora que penso assim:
É do Clamic!
(Repórter-fotográfico dos mais sensíveis e perspicazes com quem trabalhei.)
Em outras, desbaratino, lembro os tons de cinzas das fotos pebês do Arnaldo, e falo: é do Neblina.
Segundos depois… Bem, pode ser do Waltão.
(O cara, na coragem, por várias e várias vezes, se embrenhou pelos becos e vielas de Heliópolis nas mil e uma ocupações que ali ocorreram.)
Estou muito na dúvida.
Sei não…
Algo me diz que pode ser do Anísio.
(Eu o chamava de Dedo Frouxo porque fotografava o que via e o que não via. “Para dar mais opções pra chefia”.)
…
Atrás da foto em papel, não tem qualquer outro crédito.
Só a legenda e as marcações que eu mesmo fiz a lápis, determinando altura e largura para publicação.
Um ponto unia os caraduras. Ou melhor, dois: 1 – eram notáveis fotógrafos, amigos e tal; 2 – ninguém queria cuidar do arquivo de fotografia. Aquele latão cinza, repleto de gavetas, era uma bagunça generalizada.
Deu no que deu.
…
Encontro a foto esmaecida entre as paginas de um velho livro sobre o Museu do Ipiranga, e me emociono. Bate aquela imensa saudade dos tempos da velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a Bom Pastor.
Todos que por lá passaram – canetinhas e lambe-lambes – foram felizes por lá, bem ao jeito da gente.
Agora, sem alternativa, divido a autoria entre os quatro.
Desconfio que entenderão.
…
Ao Walter, ao Anísio e ao Arnaldo Neblina, que continuam pelaí, o meu abraço fraterno.
Ao saudoso Clamic, amizade eterna e minhas orações.
A título de esclarecimento. Naqueles tidos e havidos anos, canetinhas eram os repórteres. Lambe-lambes eram os fotógrafos. Os do risque-e-rabisque eram os diagramadores – e a vida seguia com alguns sonhos e enorme solidariedade. Sem bullying.
O que você acha?