Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Osmar e Fernando

Procuro as palavras mais adequadas para lhes dizer sobre as sombras de um fim-de-semana para ser esquecido, de triste que foi.

Não as encontro.

Não as tenho.

Me arrisco na expressão que o grande Rolando Boldrim consagrou.

Pois então…

Dois amigos, os professores Osmar e Fernando, “viajaram fora do combinado” desta para a Terra do Sempre- o que causou profunda comoção e tristeza em todos seus chegados – familiares, alunos, ex-alunos, professores, amigos.

Osmar era um exemplo de superação. Formou-se em jornalismo, acabara de concluir o mestrado e era professor de Libras, aqui na Universidade.

No dia da formatura, foi o orador da turma. Disse se orgulhar de fazer parte dos quadros de professores da Metodista e, generosamente, me chamou de “Enciclopédia do Jornalismo” – o que provocou o bem-humorado do diretor da Faculdade de Comunicação, presente na cerimônia, o professor Paulo Tarsitano:

“Vamos ter de encardenar o Rodolfo e deixá-lo na biblioteca.”

Fernando era professor de telejornalismo da casa há coisa de 25 anos. Foi responsável pelos estúdios e, por doze anos, editor do Telejornal Metodista, feito lado a lado com os estudantes. Tinha muito apreço ao que fazia.

Adorava música, especialmente as que ouvia na sua coleção de vinis. Palmeirense como eu, muitas vezes encontrávamos nas arquibancadas do velho Parque Antártica. Quando fui visitá-lo no hospital, a segunda coisa que me disse foi sobre a provável transmissão pela TV aberta do jogo daquele sábado. A primeira, veio logo em seguida à expressão de surpresa que expressou ao me ver chegar. Ele estava todo ‘linkado’ a fios e tubos de soros, medicamentos e aparelhos de medição.

Fez uma cara de moleque travesso, e arriscou uma rara declaração:

— Ô, cara, não vai rolar um abraço porque estou todo enroscado. Mas, garanto que tá rolando uma lágrima.

Grande Fernando.

Saudades eternas,

Verified by ExactMetrics