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Paisagem na janela…

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Vamos ao que se pode…

Se é que ainda se pode.

Fala de Chico Buarque, no Phono 73, após os censores cortarem a energia do Anhembi quando ele e Gilberto Gil apresentavam a proibida “Cálice”.

Disse a frase, a luz voltou – e ele cantou “Noite dos Mascarados”.

“Quem é você…

Adivinha se gosta de mim…”

II.

Começo com a foto da Jô Rabelo.

Foto que a autora intitulou de:

“Quando até a mais linda das paisagens se torna inacessível para os meus olhos”.

Parece-me bem oportuna.

Reflete os novos/velhos tempos que hoje vivemos no Brasil.

Diria à amiga Jô e aos amáveis leitores que o inverso também se dá – e só assim podemos acreditar no futuro que malemal se vislumbra.

Mesmo quando o nosso olhar se torna turvo e embaçado, mais do que nunca precisamos acreditar que a mais linda das paisagens continua, ali, do outro lado da janela.

Logo voltaremos a vê-la em sua plenitude de justiça social e contemporaneidade.

Questão de tempo.

De fé e atitude.

Só assim – na resistência – é possível reencontrar o prumo e o caminho. Para um Brasil de todos os brasileiros.

III.

Ainda sobre a entrevista de Lula, duas observações:

1 – um dos meus amáveis leitores me lembrou que a TV Record também não fez qualquer registro da reportagem que a Folha e o El País fizeram com o ex-presidente – e eu, no post A entrevista só citei a Globo;

2 – em seu Jornal do Fim da Tarde, no You Tube, o jornalista e escritor Fernando Morais disse ontem que a Folha de S.Paulo censurou o pronunciamento de quatro páginas que Lula leu aos repórteres antes da entrevista propriamente dita.

IV.

Meus comentários sobre os dois episódios.

O primeiro me fez lembrar um ácido comentário do jornalista Telmo Martino (1921/2013) sobre o ator Nuno Leal Maia que, então num bom momento da carreira, saíra da Globo para fazer a novela ‘Pé de Vento’ na Band.

Em sua coluna no Jornal da Tarde, ele fez a provocação:

“Um bom lugar para se esconder. Ninguém assiste…”

Sobre a ‘opção editorial’ da Folha em  não dar – ou sequer citar – o pronunciamento,  é absurdamente vaga nesses dias de tsunami midiático.

Aqui lembrei o jargão do colunista social Ibrahim Sued (1994/1925):

“Em sociedade tudo se sabe.”

Abaixo, a fala do presidente Lula:

V.

E esta agora do Nefasto!

Ele quer cassar o título de Paulo Freire (1921/1997) como Patrono da Educação brasileira.

Outra do Ibrahim pra fechar a coluna:

“Ademã, que eu vou em frente.

Os cães ladram e a caravana passa…”

VI.

Ainda nenhum comentário.

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