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Palmeiras de Oséas, Betinho e Fernando Prass

Por Rodolfo Stipp Martino

I

30 de maio de 1998.

Tensão no Morumbi.

44 minutos do segundo tempo.

Falta para o Palmeiras a dez metros da área adversária.

Zinho dá alguns passos curtos e começa a correr.

Com o pé esquerdo, o meia acerta um forte chute.

A bola faz uma curva no ar.

Ela passa a cair em direção ao canto esquerdo inferior do gol do Cruzeiro.

O goleiro Paulo César chega em tempo, faz a defesa, mas deixa a bola escapar.

Ela rola paralelamente a linha de fundo.

Desesperado, Paulo César sai engatinhando na tentativa de pegá-la.

Mas Oséas chega antes.

Mesmo sem ângulo, o centroavante palmeirense faz o chute.

Inexplicavelmente, a bola faz um caminho do além e entra no gol.

Palmeiras 2 x 0 Cruzeiro.

Como havia perdido de 1 a 0 o primeiro jogo da final, o Palmeiras é campeão pela primeira vez da Copa do Brasil.

II

11 de julho de 2012.

Noite chuvosa em Curitiba.

21 minutos do segundo tempo (quatro minutos antes o Coritiba havia aberto o placar).

Falta para o Palmeiras perto da ponta da área, no lado direito do ataque.

Marcos Assunção seca, com a sua camisa, a bola por cerca de longos 15 segundos.

Ele coloca a bola no gramado, ainda repleto de papel picado prata.

O volante palmeirense cruza a bola de forma venenosa à área.

Betinho é mais esperto que seu marcador, pula alto e, de cabeça, faz o desvio.

O centroavante, ainda desequilibrado depois do salto, se vira para ver aonde a bola vai parar.

E ela só para nas redes, perto da trave do canto oposto da falta.

Betinho bate as mãos no peito para comemorar.

É o gol do título– o Palmeiras havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0.

É o gol da glória do Betinho, que herdou a vaga de titular após Hernán Barcos precisar fazer uma cirurgia.

Coritiba 1 x 1 Palmeiras.

Palestra, bicampeão da Copa do Brasil.

III

2 de dezembro de 2015.

Nervosismo domina os torcedores nas arquibancadas do Allianz Parque.

A decisão da Copa do Brasil vai para os pênaltis, após um emocionante Palmeiras 2 x 1 Santos –o jogo de ida havia sido 1 a 0 para o time alvinegro.

O locutor do estádio anuncia a lista dos cobradores após minutos de suspense.

Surpresa geral: o goleiro Fernando Prass é escalado para bater a quinta cobrança.

Torcedores ficam espantados com essa escolha.

E chega a hora de Prass bater o seu pênalti. Dois jogadores santistas e um palmeirense haviam errado as cobranças.

A pressão é grande. Se o goleiro acertar, acaba a disputa. Se errar, a decisão continua.

Prass arruma a bola na marca da cal, dá alguns passos para trás e se posiciona para a cobrança

O juiz apita , ele corre para a bola e chuta forte.

É gol! O goleiro rival Vanderlei pula para o canto direito e a bola entra do outro lado.

Prass sai em disparada até ser abraçado pelos seus companheiros

Palmeiras é tricampeão da Copa do Brasil.

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