Foto: arquivo pessoal/João Pessoa
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Lá vou eu contrariar a recomendação da mana Doroti para não falar de política no post de hoje.
– Cuidado, irmão! Opinião é como nariz, cada um tem o seu.
Faz sentido.
É que a semana foi recheada de tretas e o meu palpitômetro de plantão, nessa toada, está difícil de controlar.
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Até entendo os riscos, mas explico:
Tenho amigos que não assistem a Globo por considerá-la uma emissora golpista, manipuladora. Que esteve do lado da ditadura militar, não apoiou as Diretas, fez o que fez no impeachment de Dilma Rousseff e outras coisinhas mais.
(O histórico é bem taludo.)
Do outro lado, conheço muita gente que odeia a Globo porque não bate mais forte no PT e agora “está perseguindo” a clã dos Bolsonaros.
A mana tem razão, não devia mexer nesse vespeiro.
Mas, já que comecei, continuo.
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Seguinte.
No tempo das velhas redações de pisos assoalhados e empanturradas de máquinas de escrever, seria a glória dos repórteres a coisa de desagradar a gregos e troianos, palmeirenses e corintianos.
Mostrava nossa imparcialidade, que fazíamos o verdadeiro jornalismo e, como dizia o anúncio, não tínhamos o rabo preso com ninguém.
Jornalismo e entretenimento eram coisas distintas.
Se preciso fosse, enfrentávamos os donos do jornal. Sempre recheados de interesses que não batiam (batem) lá com o tal bem-comum, um dos pilares da Imprensa.
Diria que a turminha não tinha lá um alto salário, não figurava entre as celebridades palestrantes; mas, defendia bravamente a verdade factual, a postura crítica e fiscalizadora, inerentes à profissão.
Muitos perdiam o emprego, mas não a compostura.
Estou muito personagem do filme Meia Noite em Paris?
Espero que me entendam.
Ainda há profissionais que pensam, trabalham e vivem assim.
Mas, lamento dizer, diminuíram assustadoramente.
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Enfim, o passado passou.
Vamos à pergunta do dia do Palpitômetro Brasil:
Sabem o porquê a clã dos Bolsonaros e a Globo dos Marinhos – pra ficar na pendenga mais bombástica da semana – se detestam, e não é de hoje?
Porque têm algo em comum.
Ambas possuem um projeto contínuo de poder.
Cada qual o seu, bem entendido.
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Enquanto o jornalismo global, em seus diversos braços, serviu de ponte para derrubar o governo eleito em 2014 e estigmatizar o PT e os partidos de esquerda, estava valendo…
Quando a artilharia do noticiário põe a mira nos eventuais malfeitos, rachadinhas e deslizes do atual Governo e seus pares, aí vem a revolta, as ameaças, o destempero presidencial.
Um dos pseudos ‘príncipes’ chegou a propor a volta das trevas do AI-5.
E o general da vez reiterou:
– Precisamos ver como fazer isso.
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Aí, não dá, né, mana?
Me perdoe, lembrei nosso retratinho na crônica de ontem, mas hoje tenho que botar a boca no trombone.
Sabe o porquê?
Não tem herói nessa trama que não é de novela, é da vida real.
Pior é que sobra pra nós, como de hábito, o papel de massa de manobra deste inglório embate.
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Antes de terminar, quero fazer um desagravo em nome de Lippy, The Lion & Hardy Har Har, simpáticos personagens dos desenhos animados de tempos idos e tão bem vividos.
Que história essa de divulgar um vídeo fajuto, inapropriado, em tão inoportuna hora?
Só porque a hiena Hardy tem lá dons proféticos:
“Oh, vida! Oh, céus! Isso não vai dar certo.”
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O que você acha?