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Panelas e pessoas…

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O velho samba – nem tão popular assim – ensina:

O que dá pra rir

Dá pra chorar

Questão só de peso e medida

Problema de hora

e de lugar…

Por que o cito aqui, no começo da crônica?

Explico.

Eu o cantarolei ontem assim que soube da notícia.

Contam-me que houve panelaços na noite de ontem durante a fala presidencial.

Confesso que no bairro onde moro passou batida a manifestação.

Como assim? – pergunto, em tom de provocação.

A resposta é genérica – e algo isenta.

Eu a resumo a seguir, com a devida intensidade:

Diante das toscas argumentações do (des)governo para a crise ambiental que ora vivemos – e para escapar à ameaça de sanções comerciais -, o projeto de ditador resolveu se pronunciar e o fez daquele modo catatônico que lhe é característico.

Mas, ao que tudo indica, nem todos o levam mais a sério.

Sabem que é um desastroso embuste.

Foram às janelas, armados com o instrumental de praxe, e fizeram soar as panelas.

Seriam as mesmas? – outra questão que me escapa.

(Panelas e pessoas.)

Meu interlocutor não sabe – ou não quer – precisar.

Fica no muro.

(Ou prefere a varanda gourmet?)

Suspeito que tenha defendido o Golpe – e agora, como todos nós, esteja sem rumo.

Riu o riso tosco dos que se iludem.

Agora lamenta e chora os estilhaços de uma democracia destroçada.

E em pânico.

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