– Foi ver o novo show do Chico Buarque?
– Quem? Eu?
– Está aqui em São Paulo, até o fim do mês. Acho que é no Tom Brazil. É imperdível.
– Ando meio quebrado de grana. O preço é salgadinho, né?
– Ah!, deixa de onda, você é velhinho, idoso paga meia, além do que são cada vez mais raras as temporadas musicais de Chico Buarque… Vai dizer que não gosta do Chico, logo você que…
– Que escreveu sobre música brasileira tanto tempo etc etc. Toda vez você repete a cantilena. Claro que gosto do grande Chico Buarque, é um artista raro…
– Pois então, o que está esperando? O último show que fez por aqui tem sete anos. Sabe lá quando o cara volta…
– Pois então… Sei que o espetáculo é baseado CD (ainda existe CD?) que ele lançou em setembro e que se chama “Caravanas” e que tem até uma música que ele fez com o neto, o filho do Carlinhos Brown que também se chama Chico, Chico Brown…
– Olha aí, continua bem informado, tá vendo, vai lá?
– Vou pensar. É que essas casas de shows, modernas, estão mais preocupadas em vender o cardápio durante as músicas. Tenho preguiça só de pensar na bagunça de garçons passando com bandejas pra lá e pra cá, o cheiro da batatinha frita que o casal do lado pediu, o pessoal com o celular querendo filmar tudo… Um porre.
– Tem razão, amigo. Mas, não acha que está sendo muito radical?
– Ele canta músicas antigas?
– Estão ótimas, como sempre. Faz uma homenagem ao saudoso Wilson da Neves que é emocionante…
– Poxa, que legal. Prometo pensar no assunto. Ainda tem duas semanas, não é isso?
– É… Não vai ficar esperando pra ver em DVD que não é a mesma coisa.
– Não, não, imagine! Quem sabe não o encontro no YouTube…
O que você acha?