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(Para Renato)

Eu o entrevistei algumas vezes, lá no mais antigo dos anos.

Você já era um cara incrível. Um visionário. Falava em revigorar à música sertaneja, com as manhas e como as manhãs.

Você queria quebrar tabus e preconceitos e fundear “a nova moda de viola”.

Foi bom lhe ouvir.

II.

Só soube ontem do seu infortúnio.

Fiquei penalizado.

O que se diz a uma pessoa querida (mesmo distante) quando esta vive uma situação limite, de imensurável tristeza?

Não sei, meu caro.

III.

(Aliás, eu nada sei.)

Posso tentar alinhavar aqui algumas sinceras obviedades, as que sempre se diz nessas horas; pois, somos humanos (ainda somos?), óbvios, previsíveis.

Na dor, ouvi certa vez de um renomado médico, todos somos iguais. Vuneráveis, finitos.

O que salva nessas horas é ter os verdadeiros amigos por perto.

IV.

Meu vô Carlito me ensinou que, em determinados momentos, o silêncio é ouro.

Mas, temo contrariá-lo.

Aprendi que o cronista não deve fugir do tema que lhe invade a alma – seja ele qual for. Mesmo que lhe faltam palavras e sobrem os sentimentos difusos que se esgueiram nas sombras de uma notícia trágica.

É a minha maneira, antiga maneira, de dizer: conte a minha solidariedade.

V.

Na ausência das palavras que deveriam redimir, confortar, apontar para ensolaradas manhãs (que nunca serão as mesmas), proponho encerrar o texto com trecho de sua tocante mensagem:

“Divirtam-se mais, amem mais, deixem-se estar expostos as brisas frescas, saboreiem as frutas da terra, sintam o gosto da água matando sua sede. Ouçam música! Não se deixem sofrer pelas coisas que não são vitais em suas vidas.”

É, meu caro, você é mesmo um cara incrível.

Que Deus o ilumine nessa hora – e sempre!

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