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Parei no tempo…

– Em que mundo você, anda, pai?

Não, meus caros cinco ou seis bem-informados leitores, não se trata de mais um episódio da série “conflito de gerações” que bate à minha porta.

Nada disso. Meu filho espantou-se com a total ignorância que demonstrei a tomar conhecimento da morte do roqueiro Chorão que os noticiosos tanto ‘bombaram’ nas últimas horas.

Simplesmente não sabia quem era o rapaz. Que, leio nos portais, tinha lá sua relevância na cena artística dos dias de hoje.

Devo reconhecer.

Com o passar dos anos – e bota tempo nisso – fui me distanciando para muitos aspectos da vida e das artes. A música popular foi um deles. Parei na geração de Moska, Lenine, Zeca Baleiro e contemporâneos. Anos 90, pela aí…

Na literatura, a mesma coisa. Gosto de reler obras mais antigas de meus autores de cabeceira – o grande Braga, Cony, Quintana e o insuperável Machado de Assis.

Dia desses, encomendei todos os títulos que ainda estão em catálogo do cronista Sérgio Porto, o eterno Stanislaw Ponte Preta.

É a minha praia.

Coisa da idade, desconfio; mas não lamento.

Lamento mesmo a morte de um jovem músico que, pela repercussão que o caso teve na mídia, viveu para sua arte e, bem à sua maneira, deixou sua impressão digital nesse mundão de Meu-Deus.

Valeu, cara.

Se os leitores ainda estiverem pela aí e me permitirem um breve comentário, diria especialmente aos mais jovens: não abram dos verdadeiros amigos. Dividam com eles a mesa do boteco e os dissabores da vida – sejam lá quais forem.

É bem verdade que lá adiante algum mais abusado pode fazer piada das nossas aflições.

Acreditem: é melhor assim. Aprenderemos a rir de nós mesmos.

Melhor ainda: fiquem certos, vocês nunca estarão sós…

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