Há quem se faça inesquecível sem se dar conta de que o é. Não fazem nada de propósito – nenhum gesto previamente calculado, nenhuma verdade absoluta, nada de discurso – para que a lembrança, lá nos prafrentemente, nos surpreenda nesta ou naquela situação, nos silêncios e sons.
São inesquecíveis – e pronto.
Não é nada, não é nada, mas dá uma sensação mágica lembrá-los vez em quando, quando em vez.
No voo do pássaro.
No ir-e-vir das ondas.
Nos desvãos da vida.
Na fresta de luz que nos aquece em dias frios.
Dias frios como a terça carregada que me carrega e induz a fugir do triste noticiário do dia nesta pensata de alma e pés quebrados.
Vagos devaneios para escapar aos tristes informes do dia.
Vagos devaneios para quem, como eu, ainda acredita e espera…
… Por uma boa nova.