VII.
O que tem a ver Elis com o rock?
Calma meu senhor, calminha senhora minha, não abandonem este humilde narrador logo agora que nos encaminhamos para o post final da série “Pioneiros do Rock”:
Explico:
A TV Record resolveu apostar em musicais para sua grade de programação.
Amparou-se, para tanto, na engenhosidade dos membros da chamada Equipe A (Tuta, Nílton Travesso, Manoel Carlos e Raul Duarte) e começou tomando para si as rédeas da organização dos festivais (de 66 a 69). Outro passo foi a contratação de Elis Regina para comandar um programa de TV, com os bambas da emergente MPB.
Outra bola dentro. Sucesso imediato.
VIII.
Na sequência, o Sr. Imponderável de Almeida (salve Nélson Rodrigues) agiu forte. Uma inesperada pinimba com os clubes e a Federação Paulista de Futebol deixou vago o horário das transmissões dos jogos do campeonato paulista nas tarde de domingo.
O que fazer?
IX.
Outro lance de genialidade.
A Equipe A passou a cogitar um programa para os jovens e adolescentes que, das quatro a seis das tardes de domingo, tinham como programa obrigatório as matinés dos cinemas da cidade.
A encabeçar a parada de sucesso da época, um roquezinho maneiro que relacionava, um a um, quem era os tais cantores da juventude de então. Seu intérprete era um grandalhão de voz tímida, Erasmo Carlos, e a canção “Festa de Arromba” seria inclusive o nome do programa.
X.
Vejam o que é o destino.
Chamaram Erasmo para conversar e fazer uns testes de fotogenia. Queriam ver como ele se saía diante das câmeras.
Erasmo deu conta do recado.
Mas, ao final da conversa, fez uma proposta aos seus interlocutores:
— Posso trazer um amigo, também cantor, para comandar o programa comigo?
XI.
O amigo em questão chamava-se Roberto “Calhambeque” Carlos. Até que cantava afinadinho. Tinha um olhar triste e uma empatia imediata como público feminino.
O programa mudou de nome.
Passou a se chamar Jovem Guarda – e, a história que veio a seguir, todos nós sabemos…