— Prof. Belluzo, o senhor considera que política e futebol têm relação?
— Ah, existe! O Aristóteles já tinha definido o homem como um animal político. Então, a ideia de que você possa colocar [o futebol] fora da política é inteiramente equivocada. A política é o âmbito onde se deveria exercer o anseio da liberdade. Não é na economia porque a economia é uma coisa despótica. Mas, na política, sim. É esse exercício, a política, é o que, por exemplo, estamos fazendo agora. Nós estamos tentando convencer as pessoas de alguma coisa. O futebol tem uma dimensão política inegável. Nós podemos avançar no modo de você lidar com a massa. O futebol, na sociedade de massa, tem um peso político enorme e é utilizado assim como forma de manipulação também. (…) Há um livro muito importante de dois filósofos chamado “Futebol, esta peste emocional”, que mostra como nessa sociedade de massa, a ligação da mídia com o futebol e o espetáculo pode se muito negativa.
Trecho do livro reportagem “Política e Futebol – A convergência de dois mundos”, de autoria de Daniela Teixeira, Gabriela Manzini, Maria Eugênia Cruz e Thaís Sabatini. Trata-se de um trabalho de conclusão do curso de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo e será defendido amanhã em banca que terá a participação, como avaliadores, do professor Eduardo Grossi e do jornalista Paulo de Andrade, da ESPN Brasil. Estarei presidindo a banca examinadora por ser o orientador das garotas.
Por tudo o que estamos vendo nesses dias, não há como negar: o tema é dos mais atuais.
Parabéns a elas, pelo belo trabalho e pelo apurado faro jornalístico.