Anotações esparsas de um velho repórter sobre recentes acontecimentos nas ruas de um país chamado Brasil.
I.
O papel da Imprensa é de vital importância para que a população entenda o que verdadeiramente está acontecedendo.
O direito à informação é uma conquista valiosa do cidadão, e de toda e qualquer sociedade que se entenda democrática.
O jornalista não pode se omitir, nem se exceder em julgamentos antes de conhecer a fundo as diversas nuances de tudo o que se passa. Não pode também ser instrumento deste ou daquele agrupamento e/ou núcleo de interesse, tenha que matiz política tiver.
Fundamental que, na cobertura dos acontecimentos, tenha como meta e alvo o rigor e o respeito à verdade factual. Que não parta de ilações pré-concebidas, nem saia disparando denúncias (não apuradas suficientemente) para dar maior impacto à cobertura – especialmente sobre um tema (caso específico das manifestações que assolam o País desde julho passado) tão relevante, e perigoso.
II.
O amável leitor já entendeu o motivo da minha pensata.
A princípio era uma mera reflexão sobre essas coisas todas que estamos assistindo – ando particularmente angustiado com tudo – hoje a transformo em modesta homenagem a Santiago Ilídio Andrade, o cinegrafista da Rede Bandeirantes, que morreu ontem no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, vítima da explosão de um rojão próximo a sua cabeça, lançado por manifestante em ato realizado quinta-feira da semana passada, na mesma cidade.
A tragédia mais do que anunciada…
III.
Foi uma das tantas quantas páginas tristes da nossa história que, a cada dia, vemos se aproximar do calamitoso estado de desalento e barbárie.
Em nada esse estado de desordem e impunidade contribui para a construção de um País melhor.
IV.
O caminho da destruição nunca foi ponte, nem destino – especialmente em nações democráticas e que se pretendam contemporâneas.