Sou um velhote humilde, do Cambuci, bairro operário paulistano. Não sei lidar com esses assuntos complexos, de âmbito mundial. Atenho-me às sensações que me causam, quase sempre de profunda tristeza; não raras vezes, de total descrença no homem.
Leio que os sírios imaginavam-se estar perto da paz. Assim pensavam pelas informações que recebiam dos meios de comunicação locais.
Leio que destroços dos equipamentos do exército russo foram encontrados na área atingida pelos mísseis americanos. Área esta que, consta do noticiário, serviu de base para detonar o armamento químico que matou quase 300 pessoas em solo sírio.
Leio também que não há lado certo em mais este estúpido conflito que se arrasta desde 2011.
Ou seja, concluo: há uma geração síria que cresceu sob fogo intermitente. Não conhece a paz.
Há também uma geração no Planeta que cresceu indiferente à dor de mais este momento trágico da humanidade e de fatos assemelhados que nos chegam a todo instante. Por mais que tenhamos acesso às notícias, às imagens (que nos chocam por breves segundos) e aos relatos, nós, habitantes deste mundão tosco, assistimos, letárgicos, a tanta destruição, a mais esta catástrofe que se abate sobre todos os homens.
Nessa pungente toada, a se lamentar o recrudescimento do rastro de destruição e violência que se espraia mundo afora.
Como? Um atentado na Suécia? Nossa, na Suécia, mas não é lá o modelo de sociedade desenvolvida, plena?
Na pungente toada, os Senhores do Poder reinam soberanos, com suas sandices, mundo afora. Enquanto isso, nós, os conformados, os ainda distantes, nos mostramos surpresos quando ouvimos falar que já convivemos com o risco iminente de uma terceira guerra mundial. Parece tão longe de nós. Sem saber ao certo o que nos espera na próxima esquina…