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Por onde anda o Rubão?

Por onde anda o meu amigo/irmão Rubão?

Irmão, irmão mesmo, ele era do saudoso Ismael Fernandes que trabalhava comigo na velha redação de piso assoalho e grandes janelões para a rua Bom Pastor.

Aliás, ontem, 19 de junho, estaríamos comemorando o aniversário do grande Isma, o autor do livro “Memórias da Telenovela Brasileira”, ainda hoje um clássico no gênero.

Lembrei o amigo ontem – e, por extensão, do Rubão.

Uma figuraça.

Eu o conheci lá nos idos de 75. Éramos jovens e inconsequentes. Fui, como repórter, cobrir a finalíssima do Festival Abertura que lançou talentos extraordinários como Djavan, Melodia, Alceu Valença, entre outros. Se bem me lembro, a música vitoriosa foi “Como Um Ladrão”, de Carlinhos Vergueiro, interpretada pelo próprio. Mas, as canções mais populares – e estridentemente cantadas pelo público – foram “Farofafa” (Mauro Celso) e “Tamanco Malandrinho (Tom e Dito).

(Mas deixemos as nuances do festival na memória do tempo.)

Quando chego ao setor da Imprensa, no Teatro Municipal, quem eu encontro por lá, todo pimpão, a envergar a credencial do irmão?

Rubão foi logo se apresentando, e se fazendo parça.

– E aí, Forte, tá gostando das músicas?

Não me recordo o que respondi. Sei que mais do que qualquer coisa que escrevi naquela noite, a alegria e os divertidos comentários do novo amigo deram o tom (sem o dito) daquela noite.

(…)

Semanas depois, o Rubão apareceu lá na Gazetinha para trabalhar como agenciador de anúncios.

A partir daí, viramos amigos pra valer.

O futebol era nosso ponto de união.

Ele era presidente do timaço de futsal, o Moby Dick, e arriscava suas caneladas também no Clube Atlético Ypiranga. Aliás, foi por meio de um convite dele e do Bigucci que acabei me enturmando com o pessoal do valoroso Sucatão, do CAY.

Jogávamos de quinta à noite. Que passou a ser um dia sagrado para nós.

(…)

Certa noite, em um dos meus primeiros jogos, o Rubão não pode jogar (estava gripado ou algum impedimento que não lembro). Ele ficou na arquibancada e eu ocupei, modestamente, a lateral esquerda.

Caía uma chuva fina.

E o campão de terra foi ficando todo enlameado.

Mesmo assim, a porfia corria solta.

Lá pelas tantas, num bate e rebate na área do time adversário, a bola espirrou para mim. Sem qualquer marcação, bati de primeira por cima do goleiro. Um golaço, modestamente.

Durante a comemoração, só ouvia a voz do Rubão:

– O cara é meu amigo… O cara é meu amigo… O cara é meu amigo…

Na pizza depois do jogo, o assunto não foi o meu gol. Mas, a alegria do Rubão na hora do gol…

(…)

As bordelagens da vida nos afastaram. Infelizmente.

Uma das últimas notícias que tive do Rubão é a de que, por um bom tempo, ele virou presidente da Escola de Samba Imperador do Ipiranga. Não estranhei nada.

Me disseram que andava todo prosa desde que o dia que a Leci Brandão, ao comentar os desfiles pela Globo, mandou seu recado:

“Um axé para o presidente Rubão, da comunidade da Imperador do Ipiranga. ”

Faz tempo isso…

Daí, a pergunta lá de cima:

– Por onde anda o Rubão?

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