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Prof. Cassemiro

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Foto: reprodução/diocesesa.org.com

Um acaso – e nos encontramos a bordo do ônibus Fábrica- Pompéia rumo aos nossos lares no Ipiranga velho-de-guerra.

Retornávamos dos nossos trabalhos, creio.

Eu, depois de dar expediente catando-milho numa monstruosa máquina de escrever na agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais, na avenida São Luiz.

O Prof. Cassemiro (assim mesmo com dois ésses), muito provavelmente, vinha da Pontifícia Universidade Católica, onde era coordenador do curso básico da graduação em Humanas.

À noite, tornaríamos a nos encontrar. Nas aulas de História da Humanidade do curso Normal do brioso Colégio IV Centenário na rua Bom Pastor.

Eu era um de seus alunos.

Não me recordo quem viu quem primeiro.

Lembro apenas a pergunta em tom algo jocoso que me fez:

– Você lê ou só carrega?

E apontou para o imenso volume (mais de 600 páginas) de Os Miseráveis que trazia comigo, fosse onde fosse.

Revivo esse caso do acaso justamente hoje – 15 de outubro – e, por meio dele, quero humildemente reverenciar a todos os professores.

Muitos deles, amigos e parceiros (alô, Fefeu! aquele abraço!) durante mais de 20 anos de magistério.

Sei como é estar dos dois lados do front.

Uma batalha que nos consome e sempre nos enobrece.

Meu reconhecimento – e meus votos de felicidades, todas!

A referência ao Prof. Cassemiro vai por conta da saudade daqueles idos – virada dos anos 60 para os 70, quando era permitido sonhar – e também pelas verdades que o mestre nos legou. Lições que iam além dos livros e da sala de aula:

“Trabalhe para a construção de uma sociedade justa e solidária, onde todos tenham o direito soberano, inalienável, à felicidade e à cidadania.”

Tentar, bem que tentei – e continuo tentando…

Fiz da pensata cassemiriana meu projeto de vida e ofício.

Nas horas bicudas, quando me é necessário decidir para que lado seguir, eu invoco a lembrança de suas notáveis aulas para me posicionar como jornalista, professor, cidadão.

Esperançar: – eis a pedra filosofal; não é assim, professor?

* A propósito sobre a obra prima de Victor Hugo, desconfio que até no velho Palestra Itália cheguei a levar o livro para folheá-lo no intervalo de um dos jogos do Palmeiras. 

História bonita, triste que só, mas que demorei semanas pra terminar de ler.

Ainda ensaio uma releitura…

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