Uma canção do meu tempo de jovenzinho, nas quebradas do Cambuci.
Quero compartilhar com vocês.
Chris Montez em The More I See You.
É de 1966.
Tinha 15 anos.
Me sentia o próprio roqueiro.
De repente, uma canção, um suingue maneiro, quase Brasil, quebrou nossos rigores e tabus.
Ficamos encantados.
Quem é o gringo? – perguntávamos uns para os outros, sem qualquer resposta.
II.
Mas, o encantamento, ao que percebemos, não era só o nosso.
Músicos nativos encamparam a proposta.
Benjor fez a suingada “”Quanto Mais Te Vejo, Amor” que está no disco O Bidu – Silêncio No Brooklin”. Erasmo não se acanhou e gravou “Neném Corta Essa” e “O Caderninho”. E Simonal, sempre ele, divertiu o país com a leitura que deu para um clássico do nosso folclore: “Meu Limão, Meu Limoeiro”. Fez o Teatro Record lotado cantar, afinadíssimo, os versos de autor desconhecido. Era um virtuoso a reger milhares de pessoas.
Seguia o ano musicalmente santo de 1967.
Está tudo no You Tube. Procurem lá…
III.
O que não está lá é a versão que o Darci, batuqueiro do Império do Cambuci, dava à música amparado no contra surdo da escola. Curugudum!
Ele era um tanto mais velho que nós. Vez ou outra se arriscava a bater uma bola com a gente, no campinho de terra da rua Apiaí. Mas, o negócio dele era mesmo o batuque.
Era o nosso professor.
– Presta atenção, meninada. É quase um samba, veja como é que se faz…
IV.
Ficávamos de olhos arregalados, e com uma enorme dúvida: quem era mais talentoso, o tal do Chris Montes ou o Darci?
O que você acha?