Foto: Leila Kiyomura
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Meu embornal de sonhos anda vazio, vazio
Muitas das coisas que andam por aí como notícia me entristecem por demais
– e eu não quero aborrecer o amável leitor com lamúrias.
Por isso, apelo para um artigo que li não sei quando, escrito não sei por quem, não sei onde.
Vou postar mesmo assim.
Que me perdoe o autor a falta de memória e do crédito.
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É o seguinte o professoral dizer do ilustre desconhecido.
Abre aspas, dois pontos.
Quer ser cronista?
Bom, ruim ou esforçado, não importa…
Quer ser cronista?
Olhos atentos ao detalhe, à minúcia, ao sentimento…
Ao HUMANO.
A partir daí, você precisa gostar de contar história, romancear um bocadinho, ter uma janela com alguma perspectiva e
principalmente uma boa memória…
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Oxi!
Tai a dica.
Já repararam o tanto que o verbo LEMBRAR é usado por nossos escribas soltos pela aí?
Antes de cornetear os colegas, faço o méa-culpa.
Não sei se atendo a todos os requisitos.
Mas, tem um requisito ao meu favor.
Eu mesmo, aqui neste modesto espaço, não me acanho, não…
Virou-mexeu lembro disso, daquilo e daquel’outro…
Como diz o mineirinho:
— Cume qui vô iscrevê si num lembrá, sô?
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A janela com uma bela visão dá para entender, né?
É imprescindível.
Faltou assunto?
Comece a descrever alguma cena que você está vendo.
O voo de um pássaro.
Ou mesmo o do avião que corta o céus.
Um apressado pedestre.
O semáforo que teima em alternar vermelho, amarelo
e verde — ou vice-versa.
E por aí vai.
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Se tiver um marzão à sua frente, então!
Desconfio que seja mais inspirador.
Acompanhe o vaivém das ondas, o colorido dos guarda-sóis, o garoto e a bola na areia, a moça que passa com graça a caminho do mar…
Ops, é a deixa para deixarmos de lero-lero – e introduzir a trilha sonora:
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No mais – e sem delongas, termino em bom estilo ao citar Mário Quintana:
“Mas se a vida é tão curta,
como dizes; por que é que me
estás lendo até agora?“
Bom fim de semana!
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Bruno Roberto Padovano
10, junho, 2022A sensibilidade é a filha de um olhar generoso e uma alma leve. Você a tem como companheira, caro Rodolfo. Nenhuma tristeza te afastará dela e, nela, você sempre achará conforto e o oferecerá aos outros, nesses e outros tempos …