A França
é a França
é a França e
é a França.
Por isso, repasso a
vocês reflexões sobre…
Viagem comigo!
I.
Como diz Walter Benjamin,
a maior viagem é a que se faz
em busca do nosso próprio ser.
Na França existem 36 mil vilas.
Sabiam?
Escolha uma delas.
Um recanto qualquer desses
que tenham no máximo algumas centenas
de habitantes e uma igreja.
Quase sempre têm nome sonoro
que termina em ‘ville’. Em comum,
um fundador famoso, Napoleão,
o próprio, Bonaparte.
Ele as usava para montar
estratégias de guerra.
II.
As vilas são o celeiro
da agricultura na Europa.
Quase não há comércio.
Nelas, o trabalho e os jardins
respeitam a tradição. Todos
trabalham e tratam dos jardins
com primor, como trataram
os pais e os avós.
As mulheres são gentis
e tem as mãos grossas
com as unhas judiadas,
pois lidam com a terra.
São pessoas cultas e
estão na contramão da tal
modern(a)idade.
Forjam outros valores.
Lá na Segunda Guerra precisaram
lutar para defender e libertar o país.
Alguém me disse:
— Eles acreditam no futuro
porque vivem o presente sem medo.
Eu diria:
— E não esquecem o passado.
IV.
Por essa época, imagino há
quem ande sob o sol em um bosque
de flores, batatas e vacas.
O dia anoitece às 23 horas,
e você aprende a ver as estrelas,
as mesmas estrelas, de um outro ângulo
e o céu parece diferente, mas é igual.
O céu
é o céu
é o céu e
é bom andar
sob o céu
da França.
V.
Viver na França não é impossível.
Tudo o que é bom custa pouco.
Os bons queijos, o champagne,
o vinho, o azeite e os pães
e especialmente a educação.
Mas, você precisa ganhar em euros, ok?
VI.
Uma coisa importante.
É um lugar onde não se
pode nunca chegar só.
Nunca.
Para viver na França
é preciso gostar
de passear de mãos dadas.
Não importa a idade que se tenha.
Os franceses sempre estão a dois.
Falam baixo, trocam segredos.
A impressão é que os casais
dormem cedo para ficar
mais tempo a sós.
Tá bom pra você?
