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Reflexões sobre o futuro da TV

A propósito do estardalhaço do final da novela “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, creio ser oportuno aqui reproduzir trecho da entrevista concedida pelo diretor Luiz Fernando Carvalho sobre o esgotamento do modelo atual da nossa TV.

Carvalho falou para repórter Thaís Arbex, de O Estado de S.Paulo, em dezembro último. A entrevista foi publicada na coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy.

Sobre o que significa o aproveitamento das obras de Clarice Lispector e Graciliano Ramos pela telinha, ele disse o seguinte:

“Significa dizer que um País muito mais rico e que precisa ser constantemente revelado está sendo desperdiçado. Significa dizer que a tal indústria cultural segue reivindicando um modelo, excludente, excessivamente centralizado no eixo Rio-São Paulo. Significa dizer que um texto cômico não é só aquele que se encontra balizado entre programa de esquetes e seriados que emulam a estética americana. E, por fim, afirmo que Graciliano Ramos faz falta à televisão assim como muitas outras literaturas: é mais modernos que os moderninhos de plantão, muito mais vivo, mais capaz de traduzir as contradições de nosso país sem apelar para as caricaturas”.

“Precisa mudar (a produção da TV brasileira), afinal, o modelo está dando sinais de esgotamento. Precisamos pensar em uma televisão do futuro. Esta já passou. Estamos reproduzindo um modelo de cinquenta anos atrás (…) É fundamental abrirmos uma reflexão dos conteúdos paralelamente à linha de produção diária”.

Para a manhã de um ensolarado domingo, é isso…

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