Porque hoje é sábado, permitam ao cronista ser breve e abusar das reticências.
Esses três pontinhos enfileirados que sinalizam um tempo de espera, de indefinição, a nos dizer: conclua como quiser ou, se preferir, nada conclua…
II.
É o que me sugerem as manchetes dos manchetes dos jornais da manhã.
Representantes do G-20, reunidos em Cannes, encerraram o encontro sem encontrar a tal saída para a crise mundial.
Depois da economia da Grécia rolar ladeira abaixo, é a vez da Itália por em xeque a zona do euro – desconfio que há tempos uma expressão não faz tanto sentido.
Sua dívida com os bancos credores bate em 1 trilhão de euros…
Dizem que a presença do antes todo poderoso Barak Obama não foi além da mera figuração entre os pares.
Que a premiê alemã Ângela Merkel tegiversou.
E o francês Nicolas Sarkozy só fez referendar a intervenção do FMI.
Claras evidências de indecisão, e tibieza.
Estão reticentes…
III.
A propósito, a presidenta Dilma não gostou do rosca e enrosca da situação.
Da pouca – ou nenhuma – definição a que chegou o blábláblá dessa plêiade de líderes mundiais.
Sobre a participação brasileira no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, foi contundente. Nosso emergente país não tem qualquer intenção de fazer alguma contribuição.
– Por quê? Eles (os países europeus) não têm. Por que eu teria…
Enquanto isso, um tantinho longe dali, em Roma,o ator Richard Gere comentou o assunto durante coletiva de Imprensa do Festival de Cinema local.
Fechou questão: a crise mundial é resultado da cobiça e da ganância humana.
Faz sentido, mas…
IV.
Porque hoje é sábado, e o cronista, desenxabido, desacredita no que lê e ouve.
Tal e qual anunciam as manchetes dos jornais, não vê saída para a crase e para a crise que insistem em afligi-lo no texto e na vida.
Tipo macaco velho, que não põe a mão em cumbuca, faz questão de encerrar o papo com reticências.
Quem sabe nelas haja alguma solução…