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Retratos do Brasil que se perdeu…

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Não é apenas um samba.

É mais. Muito mais.

Diria que traz, na letra e na levada, a essência do sambista e deste – o samba – que é nosso gênero musical mais representativo.

Por tabela, eu o entendo como o retrato de um tempo e uma cidade que, temo, não mais existem – o tempo em que as pessoas conseguiam projetar um olhar mais fraterno para o próximo e a cidade que agoniza, o Rio de Janeiro.

Até por força de tudo o que leio sobre o Rio de Janeiro (e, por extensão, todo o País), bateu uma necessidade de ouvir a canção neste sábado pela manhã.

Coisa de cronista sentimentaloide…

II.

“Coisas do Mundo, Minha Nega” foi apresentado pelo autor, gênio da raça, Paulinho da Viola na Bienal do Samba, em 1968, no Teatro Record. Foi uma tentativa que a emissora, então campeã de audiência, resgatar o samba (que andava distante do grande público) com a criação deste festival exclusivo para o gênero.

Resumidamente lhes digo que as pessoas, então, se dividiam entre as modinhas de então: o roquezinho pueril da Jovem Guarda e a MPB fundeada em laivos da bossa nova e, ideologicamente, engajada.

Quem venceu o festival foi o samba acelerado, “Lapinha”, de Baden Power e Paulo César Pinheiro, brilhantemente defendido por Elis Regina.

Nada, nada, lá se vão 50 anos e a canção, que me é inesquecível, vocês ouvem a seguir…

*(foto: divulgação)

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