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Retratos Parisienses

Estou em estado de graça!

Tenho à minha frente uma fina especiaria. Um exemplar de ‘Retratos Parisienses’, que reúne textos inéditos em livro (só foram publicados nos jornais de então) do grande Rubem Braga.

Acabou de chegar pelo Correio em envelope lacrado hermeticamente (quase uma heresia usar uma palavra desta em texto que reverencia uma obra do maior dos nossos cronistas que sempre priorizou a linguagem simples e direta, quase uma poesia em prosa).

Abri o pacote sofregadamente (ai, ai, hoje estou um perigo… so-fre-ga-men-te… não dá, né?).

Eu o havia encomendado, via internet, na pré-venda que a Livraria fez.

Este é o ano em que se reverencia o centenário de nascimento de Rubem Braga que é referência para este (nada talentoso) blogeiro.

Tenho quase todos os livros que escreveu (me falta os Três Primitivos) e os releio continuamente. São como vinho envelhecido, cada vez mais saborosos. E, para quem vive de alinhar letrinhas, uma após a outra, é um valioso aprendizado…

II.

Certa vez, assisti a um show do cantor/compositor Hyldon, autor de hits como “As Dores do Mundo”, “Na Rua Na Chuva Na Fazenda”, “À Sombra de Uma Árvore” e outros (mas, não muitos outros). A plateia era composta, principalmente de gente jovem (eu era uma das exceções, claro), que reagia timidamente ao fim de cada canção.

Lá pelas tantas do espetáculo, o cantor Cláudio Zoli, que estava presente, foi convidado a subir ao palco para interpretar “A Lua e Eu” junto com Hyldon e não se fez de rogado.

Antes dos primeiros acordes, ele reverenciou o grande ídolo:

“Gente, gente, chegue mais perto. Fique à vontade. Este é o Hyldon, o grande Hyldon… Eu queria ser assim… Eu queria fazer canções definitivas, eternas… Eu queria ser ele…”

III.

Guardadas as infinitíssimas proporções, desconfio que virei jornalista (e depois blogueiro, que é a parte que me cabe no latifúndio das palavras) para me imaginar um bocadim Rubem Braga.

Tarefa impossível, eu sei. Mas que, com a compreensão dos meus cinco ou seis fiéis leitores, me diverte e seduz…