Fiquei a postos à frente da TV na manhã de domingo.
O Esporte Espetacular anunciou uma entrevista com Roberto Baggio, o craque italiano que nos deu o tetra campeonato em 1994 ao chutar para as alturas aquele decisivo pênalti.
Sempre achei Baggio um fino craque de bola.
Talvez o último que surgiu em plagas italianas.
Acompanhei sua carreira na Fiorentina, na Juve, no Inter de Milão e mesmo quando encerrou sua carreira no modesto Brescia.
Enfim…
Uma pergunta que sempre me fiz – e que tentei responder num post antigo – é o que havia se passado na cabeça do craque no instante seguinte ao pênalti perdido.
Pois, foi exatamente este o mote da entrevista. 16 anos depois…
Baggio disse que não saberia explicar o que sentiu naquele momento.
Só queria que um buraco se abrisse no chão para poder desaparecer dentro dele.
Durante muitos anos, conviveu com essa tristeza.
Mas, que o Budismo, que cultua há longo anos, o ajudou a superar àquela fase.
Interessante ressaltar o que o craque fez questão de frisar:
Ao longo de todo esse tempo, não ouviu sequer um comentário mais ríspido ou deselegante sobre o lance.
Parece que a torcida italiana, tão apaixonada quanto a brasileira, entendeu e respeito o humano do seu maior ídolo.
Um belo exemplo que poderíamos seguir por aqui.
Baggio disse que seu ídolo de infância foi o brasileiro Zico e que seu time do coração hoje é o Boca Júnior. Ele tem uma casa e muitos amigos na Argentina e apaixonou-se definitivamente pelo Boca ao ver o entusiasmo de sua torcida, mesmo em um jogo em que o time estava sendo derrotado…
Outro exemplo para os torcedores brasileiros.