Para encerrar minhas platitudes sobre os rumos do jornalismo, lembro a afirmação que o repórter Gay Talese fez quando esteve no Brasil há coisa de dois ou três anos.
O autor de “Fama e Anonimato” não usou exatamente essas palavras, mas em linhas gerais disse o seguinte: não é por que o sujeito abre seu notebook na cozinha e se põe a escrever sobre isso e aquilo que ele se tornou jornalista ou está fazendo jornalismo.
O profissional de Imprensa – diz Talese – deve ir além das opiniões e dos palpites. Ele tem que ir para a rua apurar, entrevistar, ouvir, contrapor as informações, recuperar o contexto em que a notícia se dá para, a partir daí, redigir uma REPORTAGEM que definitivamente ESCLAREÇA a opinião pública, sem que qualquer outro interesse (que não seja em prol do bem comum) se sobreponha à verdade dos fatos.
Portanto, meu caro amigo (que lá no início da série, estava preocupado com a questão), fique tranquilo. Apesar de os patrões e os ‘moderninhos’ de plantão torcerem pelo fim do ser humano nas redações, vai demorar um tempinho para que os robôs substituam os repórteres no fazer jornalístico.
Afinal…
… a vida merece mais do que 140 caracteres.
Por isso, termino essa matéria saudando os grandes repórteres de ontem, de hoje e de sempre: Octávio Ribeiro, Marcos Faerman, Joel Silveira, Zé Hamilton Ribeiro, Ricardo Kotsho, Bob Fernandes, Tim Lopes, Audálio Dantas, Marines Campos, Caco Barcelos, Percival de Souza, Júlio Moreno, Valdir Sanches, Eliane Brum, entre outros tantos e tamanhos.
Que o talento dessa turma abençoe os que estão por vir…