São cada vez mais estranhos os tabus entre equipes de futebol que a imprensa esportiva anuncia a cada nova rodada dos campeonatos.
Lá nos antigamente, tabu, tabu mesmo, era quando uma equipe não vencia a outra por longos e longos anos. Como o Corinthians não vencia o Santos à época de Pele, Coutinho & Cia.
Hoje, quaisquer dois ou três jogos viram tabu.
Pior que isso são os detalhes.
Coisas do tipo: o Corinthians, jogando de camisa branca, não vence o Santos, jogando com o uniforme listados, há sei lá quantos jogos…
O tabu da semana é que o Palmeiras não vence o São Paulo desde 2002 no Morumbi.
Há 15 jogos, portanto.
Toda vez que citam o tal tabu lembram o golaço que Alex fez naquele jogo.
O meia palmeirense distribuiu uma coleção de chapéus nos defensores tricolores.
Só não entrou de bola e tudo porque teve humildade…
Desconfio que ficam levantando essas notícias só para sacanear o Rogério Ceni.
II.
Por falar em desconfiar…
Ontem o técnico Jorge Fossati participou do programa Bem, Amigos, da Rede Globo.
Mostrou sobriedade ao falar de futebol e algum desconforto quando entregou de presente ao apresentador do programa, Luiz Roberto, um kit com a camisa do Internacional de Porto Alegre.
— Não sei se hoje ainda sou a pessoa mais adequada a falar em nome do clube, disse o técnico uruguaio.
Fiquei com a sensação de que ele já se sente um tantinho fora do clube gaúcho, apesar dos desmentidos do diretor Fernando Carvalho.
Se levarmos em consideração que Felipão, quando se dispôs a estudar a proposta do Palmeiras, disse que outro clube brasileiro já o havia procurado, desconfio que o tal seja o Inter, semifinalista da Libertadores.
Quem mais poderia ser?
III.
Ainda ontem, em Curitiba, reuniu-se a Associação de Campeões Mundiais.
O técnico Dunga participou do encontro dos boleiros campeões de 58, 62, 70, 94 e 2002.
Ele finalmente conheceu Pepe, o canhão da Vila, reserva de Zagallo nas copas de 58 e 62.
Dizem que Dunga humildemente pediu um autógrafo ao eterno campeão.
Ou seja, nem tudo está perdido.
IV.
O algoz brasileiro na Copa de 1950, Gigghia, falou à TV brasileira.
Ele foi o autor do célebre gol da vitória que deu o título mundial à seleção do Uruguai.
Aos 84 anos, ele vive tranquilamente nos arredores de Montevidéu – e desfiou uma fina ironia ao lembrar aquela longínqua tarde:
— Só três pessoas calaram o Maracanã: o papa João Paulo II, Frank Sinatra e eu.