O amigo Maurício Fernandes avisa:
"No gol do Ronaldo em Rodolfo Rodriguez, o uruguaio jogava no Bahia."
Tem toda a razão. Obrigado pela retificação.
Como diria o Cid Moreira, nos idos do Jornal Nacional:
Desculpem a nossa falha…
II.
Aproveito a oportunidade, no entanto, para retomar o assunto.
Agora, diria no âmbito midiático, como diriam meus colegas nos idos tempos do mestrado.
Ao ver toda a prosopopéia que emissoras de rádio e TV fizeram mais os espaços dedicados nos portais on-line, me foi inevitável lembrar a saga do então repórter Vital Bataglia para dar um furo de reportagem aos leitores do Jornal da Tarde.
Aliás, num episódio muito parecido com este de Ronaldo Fenômeno.
III.
É que em dezembro de 1965 o Corinthians contratou ninguém menos que Mané Garrincha, bicampeão mundial em 58 e 62 e, ao lado de Pelé, a grande sensação do futebol brasileiro naqueles idos tempos.
O Mané das pernas tortas andava pela casa dos 32 anos – e numa fase complicada da carreira: problemas com o joelho da perna direita, o incandescente romance com a cantora Elza Soares e, sobretudo, a dependência do álcool cada vez mais acentuada.
IV.
Àquele tempo, já existia a sirene no Parque São Jorge e soou assim que aportou por ali.
Antes disso, porém, por volta das 10 horas da manhã o repórter foi recebê-lo no aeroporto de Congonhas com uma camisa do Corinthians na mão. Assim que Garrincha desceu do avião, Bataglia pediu a ele que a vestisse para ser prontamente fotografado.
Uma conversa rápida a caminho do carro que o levaria ao Corinthians – e estava feita a entrevista.
V.
Pontualmente, às três da tarde, o JT estava nas bancas, com a reportagem e a foto do Mané ocupando quase toda a primeira página.
Uma proeza e tanto do repórter.
VI.
Fica difícil explicar para as novas gerações o tanto que era trabalhoso colocar um jornal na rua em tão pouco tempo. Não existiam computadores, fotos digitais, essas modernidades. O “fazer jornal” era quase um trabalho artesanal, rudimentar. O processo de impressão a frio (off-set) estava ainda começando e muitos veículos valiam-se do velho e bom chumbão para colocar suas gazetas nas ruas.
VII.
Ontem pudemos acompanhar em tempo real a declaração de amor de Ronaldo ao Corinthians.
Tomara que Ronaldo tenha melhor sorte que Garrincha, no Corinthians.
(Mané fez 13 jogos e marcou dois gols).
Tomara que os jovens jornalistas tenham a mesma ‘pegada’ jornalística do grande Vital Bataglia…
VIII.
Bataglia integrou uma equipe jornalistas irrepreensível no Jornal da Tarde. Os editores eram Edson Stacamachia e Mario Marinho. O chefe de reportagem, ele mesmo: Roberto Avallone. Colunista: Alberto Helena Jr. Repórteres: Vital Bataglia, Marco Antônio Rodrigues, Flávio Adauto, Odir Cunha e saudoso Sérgio Backlanos, o Alemão com seus textos irretocáveis.