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Sabá e Alfaiate

Silêncio.

A semana se encerra com duas inestimáveis perdas para a música popular brasileira.

Na terça, morreu em São Paulo o contrabaixista Sabá.

Tinha 83 anos – era paraense, e fez parte da formação inicial do Jongo Trio ao lado de Cido no piano e Toninho na bateria.

Hoje, o sambista Walter Alfaiate morreu no Rio de Janeiro.

Tinha 79 anos – era alfaiate quando foi descoberto nos anos 60 ao participar de rodas de samba no Teatro Opinião.

Sabá trocou a bossa-nova pela suingue de Wilson Simonal no final dos anos 60.

Ao lado de Toninho e César Camargo Mariano fez parte do Som 3, grupo que acompanhou o grande Simona no melhor momento de sua carreira.

O trio era a base de apoio do Show em Symonal, programa que o Rei da Pilantragem comandou nos áureos tempos da TV Record.

Alfaiate andou um tempo sumido e só reapareceu no cenário artístico em meados dos anos 90.

Só então foi gravar seu primeiro e único CD: “Olha Aí”.

Ano passado, realizou-se no Circo Voador o show Samba para Alfaiate que tinha Alcione, Arlindo Cruz e Monarco como atrações. O objetivo era arrecadar fundos para cobrir as despesas médicas do velho sambista.

Não sei.

Pode soar pouco original o que vou lhes dizer.

Mas, é a sensação que tenho.

E quero registrá-la aqui:

Mais do que um vazio, ficou uma inestimável dívida para com esses dois nomes da MPB. Que deram a cultura brasileira bem mais do que receberam, inclusive em termos de reconhecimento e prestígio.

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