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Sambas que o Waltinho cantava

Foto: Arquivo Pessoal

Vez ou outra, do nada, saio a cantarolar antigos sambas que aprendi, na infância, com o meu saudoso cunhado e mentor, o Waltinho.

Eram composições brejeiras, de versos simples que bem retratavam as nuances da vida malandramente brasileira naqueles idos dos anos 40 e 50.

Waltinho, Walter Garófalo, começou a namorar minha irmã Rosa quando ele tinha 21 anos. Eu tinha 11 ou 12. Logo ele virou referência para mim.

Waltinho trabalhava nos Correios. Sabia de cor em que bairro ficava cada rua, cada beco ou quebrada da cidade de São Paulo. Eu achava incrível.

Tem mais.

O cara era bom de bola. Era lateral esquerdo do esquadrão do Santos Futebol Clube do Cambuci (no domingo) e do Huracan da Várzea do Glicério (nas tardes de sábado). Um craque – e calçava o mesmo número de chuteiras que eu.

Ele tinha uma cobiçada Olé de cano baixo, tipo sapatilha, e cravos de borracha (novidade à época).

Vez em quando, ele me emprestava para eu botar uma banca de zagueiro rústico no infantil do time do João Bicudo.

Waltinho gostava de música.

Cantava empostando a voz e imitando os arabescos vocais do Orlando Silva.

Era divertido ouvir o programa Moraes Sarmento, transmitido pela Rádio Bandeirantes todas as noites.

O Walter sabia todas as letras de cor – e fazia dueto com o rádio lá de casa.

Um fenômeno.

O repertório do programa Moraes Sarmento englobava músicas das décadas de 30, 40 e 50.

Essas canções ficaram na minha memória. Especialmente os tais sambas que surgem na mente em horas as mais diversas e improváveis.

Na caminhada de ontem, lembrei-me de quatro delas.

Fui ao YouTube logo cedo e separei quatro deles para lhes mostrar no post de hoje.

Quem sabe se de tanto ouvi-los, vocês também não saiam por aí a cantarolar como o Waltinho fazia (e eu faço hoje) mesmo que a vida não esteja lá essa maravilha toda.

Certa noite, perguntei a ele a razão de tanta cantoria.

Ele respondeu:

– É de família, Pimpolho. Além do que tem um provérbio que nos ensina:

“Quem canta seus males espanta”.

Saudades do Waltinho.

OS SAMBAS

É, meus caros e amáveis cinco ou seis leitores, se o Mundo não deu certo, insisto em dizer: não foi por falta de trilha sonora…

Sigamos, pimpolhos!

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