Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Santa Bárbara

Céu carrancudo. Nuvens escuras e ameaça de chuva. De repente, um raio corta os horizontes.

Antes mesmo que ecoasse o ameaçador ruído do trovão, quase simultaneamente ao clarão chispado nas alturas, ouvia-se a voz da minha mãe:

“Santa Bárbara, que nos proteja!”

Era inevitável.

Eu tenho a cena entre minhas mais remotas lembranças.

Dona Yolanda, minha mãe, já enfrentara duas inundações na casa onde morávamos na rua Muniz de Souza.

Por isso, o pânico das enchentes e dos relâmpagos:

“Santa Bárbara, olhai por nós!”

Me ocorre a lembrança neste 4 de dezembro, de ares plúmbeos.

Talvez chova..

Talvez fique só na ameaça.

4 de dezembro é o dia do calendário religioso dedicado à Bárbara de Nicomédia, na Turquia.

Trata-se de uma santa muito cultuada pela igrejas Católica Romana, Anglicana e Ortodoxa. Virgem mártir, padroeira dos que lidam com fogo, das tempestades, dos raios e dos trovões.

Nas religiões de matriz africana é reverenciada como Iansã, orixá guerreira, rainha dos mares.

Dizem que a história de Bárbara inspirou os Irmãos Grimm ao criarem o conto de fadas Rapunzel.

Há alguma semelhança, sim.

Consta que Bárbara era uma jovem de família rica lá pelos idos dos anos 380. De tão bela, o próprio pai a encerrou numa torre para protegê-la dos tantos quantos pretendentes que se apresentavam.

Quando o pai resolveu casá-la, na mesma ocasião, ela conheceu o cristianismo – e o adotou como lema de vida.

Daí, o martírio para forçá-la negar a Jesus Cristo.

Morreu decapitada.

Nasci num mui distante 4 de dezembro do século passado.

Sempre me disseram, os que sabem dessas coisas, que, por isso, era protegido por suas bênçãos e proteção.

Gostei do privilégio.

Lembro que, entre as páginas do meu livro de missa, havia um santinho com a imagem da santa.

Acho mesmo que me protege e guia.

Não tenho o quê reclamar pelo passo e pelo caminho que percorri – e percorro.

Rezo pra santinha sempre que posso.

Mas, tem vez que eu esqueço.

No entanto, é na hora que a coisa aperta que o clamor aos Céus tem fórmula pronta a invocar meus tempos de menino:

“Acuda meu Senhor e meu Deus.

Santa Bárbara, que nos proteja!”

Ainda nenhum comentário.

O que você acha?

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verified by ExactMetrics