Reprodução: A incredulidade de São Tomé (1601-1603), de Caravaggio
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Informa-me o Frei Diogo que hoje é dia de São Tomé, o apóstolo que precisou ver e tocar para crer na ressureição do Filho de Deus redivivo.
Era parte da homília de hoje:
Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles.
Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A Paz esteja com vocês!”.
Depois, disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e acredite”.
Disse-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”.
Então Jesus lhe disse: “Você acreditou porque me viu! Felizes os que não viram e acreditarão».
(João 20,24-29)
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Acho bonita essa passagem do Evangelho.
Não sei por qual razão, mera intuição, caio na tentação de trazê-la para o meu cotidiano blogar.
Tento explicar, sem grande convicção.
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Dois pontos e aspas para mim mesmo.
O cronista não precisa necessariamente ver para crer.
Traz um olhar mais alongado para um fato do dia a dia.
Vale-se, sim, da própria experiência para escrever e comentar.
Usa a memória de tempos idos, personagens que lhe foram (são) caros ou alguma sensação que teve a partir desta ou daquela observação.
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Ao lançar mão de tais artifícios para construir a narrativa, tudo o que o cronista deseja é aproximar-se do caríssimo leitor e fazer com que ele, leitor, se sinta parte da história; no mínimo, se deixe envolver pelas palavras e reviva também sentimentos e lembranças pessoais.
Numa conversa antiga, o amigo Escova traçou a diferença entre crônica e reportagem.
Crônica, disse ele, é conversa. Reportagem é relato.
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Faz sentido.
O repórter informa.
O cronista tenta compartilhar.
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Não me perguntem, pois não saberei responder o que tem a ver São Tomé com essa minha arenga.
Já lhes disse.
Achei sensatas e belas as ponderações do Frei Diogo sobre o santo do dia.
Especialmente quando repetiu pausadamente a frase:
“Felizes os que não viram e… acreditarão”.
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Ou seja:
A fé que nos traz a esperança em dias melhores.
Cabe em cada um de nós tal sentimento.
Sejamos solidários.
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Enfim.
Por essas e por outras, fico sinceramente tocado, com a sensação boa do objetivo alcançado, quando percebo a interação do leitor com as maltraçadas que diariamente deito aqui no Blog.
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O que você acha?