Garotos entre 19 e 24 anos curtem o brilhareco de pertencer à badalada equipe do Santos Futebol Clube em frente a webcan, via twitter. Contam vantagens, botam banca, são agressivos com colegas distantes, desrespeitam torcedor.
No Rio Grande do Sul, a garota de 14 anos perde uma aposta boba para o amigo, namorado, ficante ou qualquer coisa assim. Resultado: vai se exibir para a galera que está do outro lado do computador.
São as notícias que hoje estampam os jornais e os portais da vida.
Aliás, todos os dias temos notícia semelhantes.
Difícil distinguir o certo e o errado das coisas.
Todo mundo se não foi ou é ou será jovem um dia. Se não fez, faz ou fará besteira. Se não disse, diz ou dirá abobrinhas, contará suas vantagens e prosas.
Ainda mais numa sociedade que, a cada dia, celebra o culto ao individualismo (mesmo nessas redes sociais, cultua-se o eu à enésima potência) e à visibilidade social.
Não sei o que lhes dizer.
Sou de uma geração que se espantou com a leitura de ‘1984’, de George Orwell, que àquela altura acenava para um ano distante do futuro, quando estaria toda a humanidade na mira do Grande Irmão – daí, o nome escolhido para o reality ‘Big Brother’.
Era aterradora a ideia de que teríamos prestar contas dos nossos titubeantes passos.
Tenho amigo que, recentemente, abriu mão da chance de viver um grande amor.
Apaixonou-se por uma incerta jovem senhora. Estava com tudo nos trinques para o casório ou coisa que o valha quando o Pimpão descobriu que a tal – pacata cidadã, que ruborizava ao ouvir um simples palavrão – possuía um blog em que exibia suas fantasias eróticas e mais: dava nota para o desempenho dos eventuais parceiros e/ou parceiras – que, como todos sabem, o mundo anda muito competitivo, e não é de hoje.
Não que ele tenha se incomodado com o fato em si. Menos ainda com que o avaliou de suas performances. Pelos lugares, datas e pegadas, logo descobriu que ela o identificava no blog com o codinome de Graveto.
O que o deixou danado da vida foi saber que, no currículo da bela, existiram tantos e tamanhos; todos, como ele, com pseudônimos como Tigrão, Detonador, Insaciável e até um maluco chamado Gigante – que o deixou com um baita complexo de inferioridade.
* Pré-lançamento do livro
MEUS CAROS AMIGOS –
Crônicas sobr jornalistas,
boêmios e paixões (foto)
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