O blogueiro sai de férias.
Volta em meados de janeiro, lá pelo dia 20.
Para compensar a ausência selecionou trechos de alguns posts que escreveu ao longo desses doze meses.
Vale conferir…
I.
“Conclui que Genova não é apenas uma cidade, um porto, um pedaço da Itália.
É uma idéia.
O sonho de ir além.
De apenas existir.
De ser efêmero e pra sempre.”
*Genova, 29 de janeiro
II.
“A chamada crítica especializada e os ‘patrulheiros’ de plantão – eu, inclusive – torciam o nariz para o gênero e sua popularidade. Fácil explicar o motivo da rejeição: o Brasil vivia a fase mais aguda da ditadura militar. Imaginava-se tolamente que toda a canção deveria ter um engajamento social para dar consciência às massas.
Como entender, então, versos tão singelos – e tão eternos por falarem à nossa alma – como os que pautaram o primeiro sucesso do compositor Wando, na voz do Sr. Sorriso, Jair Rodrigues:
“O importante é ser fevereiro
e ter carnaval para gente cantar…”
Ainda bem que Wando não levou nosso rancor a sério – e fez notável carreira.
Que Deus o tenha…”
*Vando e os sambeiros, 8 de fevereiro
III.
”A geração de 42 da MPB – Caetano, Gil, Milton Nascimento, Erasmo, entre outros notáveis – preparava-se para celebrar os 70 anos do grande Babulina, apelido que ganhou entre os chegados da Tijuca em idos tempos.
Só que Benjor mandou avisar que há um equívoco aí.
Que nasceu em 22 de março de 1945 – e não naquele abençoado ano como dizem jornais, revistas e biógrafos não autorizados.
Benjor consegue confundir até o Wikipédia que traz no mesmo texto as duas datas.”
*Salve Jorge, 3 de março
IV.
“Há quem ainda se impressione com a suposta capacidade do cronista/blogueiro de “inventar” histórias.
Eis a questão?
Não criamos nada do nada, creiam.
(…)
Talvez exageremos aqui.
Enfeitemos o pavão ali.
Imaginemos coisinhas acolá.
Mas, a função do escrivinhador é essa mesma.
Dar um tantinho de cor aos fatos nossos de cada dia.”
*O nada do nada, 11 de abril
V.
“Ele deixara uma declaração impressa na superfície do espelho embaçada pelo vapor:
– Você é tudo o que eu sempre quis para sempre. Te amo.
Sorriu encantada.
Ajeitou os cabelos molhados – e foi ao encontro do aprendiz de poeta, cantarolando:
Delícia. Delícia/Assim você me mata.
Começariam tudo outra vez.”
*Tudo Outra Vez, 14 de maio
VI.
“Há dias em que mais flagrantemente entendemos o porquê amizade rima com saudade.
Hoje é um dia assim.
O saudoso Ismael Fernandes completaria 67 anos .
Foi um amigo raro, desses que se têm como irmão.
Inesquecível.”
(…)
“Foi o melhor colunista de TV que conheci – e ainda hoje é imbatível no quesito telenovela.
Aliás, a “Bíblia” da telenovela brasileira é de sua autoria.
O livro “Memória da Telenovela Brasileira” teve sua primeira edição lançada em 1982.
Ou seja, está completando 30 anos de existência.”
*Memória da Telenobvela, 19 de junho
VII.
“Todas as noites havia um show no átrio do Hotel Nacional, em Havana.
Era um quarteto que ali se apresentava – um rapaz e três moças.
O marmanjo comandava o grupo. Era tecladista e também arriscava um ou outro vocal.
Duas das meninas alternavam-se nas interpretações – e a terceira, a mais jovem, tocava bongô.
E dançava.
Ah! como dançava a garota que tocava bongô!”
*A garota que tocava bongô. 26 de julho
VIII.
"Jornal é jornal. Internet é internet.
Segundo ele (Jânio de Freitas), cada um precisa trilhar o próprio caminho. Encontrar as próprias soluções, pois são produtos diferentes, com propostas diversas. Não adianta um tentar espelhar-se no outro. Tal redundância de conteúdos só resultará em equívocos para ambas as partes, especialmente no aspecto jornalístico.”
*Jânio de Freitas no Roda Viva, 8 de agosto
IX.
”Que me perdoem os “esforçados”, mas fazer arte é um dom.
É o artista quem nos induz ao sonho, ao encantamento…
Que nos induz a desvendar os mistérios de ser o que se é.
É quem nos alegra, emociona, sensibiliza…
Quem nos transforma (se necessária for a transformação).
O artista transcende, e magicamente consegue ser ele mesmo, o iluminado, e
todos nós (os que se banham em sua luz).
Um artista nasce artista.
E, quando se vai, leva um pedaço de nós.”
*Saudade, teu nome Hebe, 30 de setembro
X.
“Aliás, trabalhar no JT era o sonho de todo o estudante de jornalismo do início dos anos 70. Não só pelo Caderno de Esportes, mas a Redação toda era uma seleção de notáveis profissionais, sob o comando de Mino Carta e Murilo Felisberto.”
(…)
“Desde a fundação, em 1966, o Jornal da Tarde caracterizou-se pelas inovações que trouxe ao jornalismo brasileiro. Apostou em ousado projeto gráfico (foi o primeiro jornal pré-diagramado), valorizando as fotos e, sobretudo, as grandes reportagens. Ao menos na primeira fase, tem importância equivalente à da Revista Realidade para a consolidação do chamado Novo Jornalismo brasileiro.”
*Considerações sobre o fim do JT, 30 de outubro
XI.
“Não eu era tão criança assim quando ouvi e vi Roberto pela primeira vez.
Achei “Splish Splash” uma canção divertida, um tanto premonitória.
Tinha doze anos e freqüentava as matinês do Cine Riviera aos domingos e andava rodeando uma garotinha linda de nome Ligia. Andava loucamente interessado em ataca-la no escurinho do cinema, mas resolvi me precaver para que não me transformasse no desastrado personagem da melodia.
Deu relativamente certo. Não beijei, mas não paguei o mico de apanhar.
Desde então, meus caros, mesmo eu não sendo o cara da Nanda Costa, ouço Roberto com muita atenção.
Ele sabe das coisas.”
*A onda do Roberto, 10 de novembro
XII.
Amar é a melhor maneira de viver…
Sejamos todos felizes em 2013 e sempre…