O menino e a fonte… da alegria
A foto é de autoria da jornalista Jô Rabelo.
Trabalhamos juntos longos anos, proveitosos e divertidos.
Ela e as sensíveis imagens que as lentes captam são presenças constantes – e enriquecedoras – em nosso Blog.
Agradeço a honra, o privilégio.
De forma direta e reta, a Jô faz poesia com suas fotorreportagens.
II.
Sonhar só sonhos
Desacordam as manhãs
Viver é florir.
Outra amiga, a repórter Leila Kiyomura é também notável artista em tudo o que faz. Transita à larga pelo texto corrido das matérias que assina, pelo click da fotografia, é pianista, curadora de mostras de arte, compõe e…
Entre tantos outros afazeres, a moça tem habilidade única para escrever ‘haicai’ – aquela milenar e ágil maneira de poetar que veio lá do outro lado mundo, do Japão.
Ela também frequenta o Blog.
III.
Também trago por aqui a Denise que professa a poesia do silêncio. “Entre uma palavra e outra, um sentir e outro”.
Não entendo bem. Ela, muda e sabiamente, tentou me explicar.
Mas acredito que tem a ver, sim.
A poesia é um estado d’alma. Necessário – e vital – em tempos oblíquos.
IV.
Um exemplo.
Meu amigo, o Poeta, ganhou o apelido porque adora tergiversar sobre temas mil.
Não publicou um livro sequer. Só na conversa.
De prático mesmo, tempos atrás, rabiscou uns poemas/desabafos, repletos de arabescos e multiformes, e pediu para nós, jornalistas, revisar aquele punhado de letrinhas.
-Não sou bom de gramática, dizia.
Era dar uma ‘penteada’ nos textos e devolvê-los que o Poeta nos agradecia com um fraterno sorriso.
Nunca soubemos ao certo qual o destino que receberam tais poemas .
Mas, o Poeta ficava feliz pra caramba.
De alma lavada.
V.
Aliás, naquela velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor, era comum recebermos principiantes que sonhavam em ver publicadas, no jornal, a sua obra.
Mal e mal, tínhamos espaço para as reportagens quanto mais para uma seção de versos e rimas!
Coisas da lida.
Naqueles idos (e creio que hoje também) não eram (são) os jornais o estuário natural do lirismo.
Infelizmente.
VI.
Sei que os amigos já intuíram o motivo da conversa de hoje e das referências tangenciais que fiz acima.
Desde quinta, o assunto do Blog é o mesmo: o caderno de poesias que recebi de um incerto autor desconhecido que se apresentou apenas como “um dos meus cinco ou seis leitores”.
Hoje, segunda, ele – ou um representante – volta à portaria do prédio onde moro para retirar o precioso livreto e o prefácio que me pediu.
Imagino que tenha acompanhado a série de posts/crônicas que involuntariamente provocou.
Gostou? Não gostou?
VII.
O primeiro impulso foi descobrir a real identidade do autor.
Acho que consegui.
Tenho quase certeza que se trata de um jovem senhor, que beira os 50 anos, tem boa formação cultural – e um humor, por vezes, ferino nas intervenções literárias.
Sei quem é!
Filho de um saudoso e inesquecível amigo.
VIII.
Mas, nesses dias, pensei e repensei sobre elegantemente desvendar o mistério. A provocação do post de ontem, feita pelo amigo Marceleza, foi determinante para a decisão que tomei: resolvi deixar que a vida siga seu rumo natural.
Em tempos feéricos de celebridades, há quem prefira o zelo do anonimato.
O encanto do mistério.
Prefira ser do que simplesmente aparecer por aparecer.
Merece meu total e pleno respeito.
IX.
Logo mais, ao amanhecer, deixo o envelope azul índigo na portaria.
Dentro, o caderno e o prefácio impresso – e vida que segue.
Sejamos todos poetas…
Nota do Blogueiro:
Por falar nisso, a poesia cantada de hoje, embora brasileira, veio do outro lado do mundo. A sugestão foi da Viviane Jobim. Está bem de sobrenome a moça…
Viviane Jobim
14, abril, 2019Acho que você é absurdamente lindo!!!!
… lindo como a música… como a poesia… como as voltas que tem que dar o amor!!!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️