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Sem Glauber

Trinta anos sem Glauber Rocha.

O mais representativo nome do cinema brasileiro, o baiano Glauber Rocha, morreu em 22 de agosto de 1981, no Rio de Janeiro. Tinha 42 anos e assinara obras como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “Terra em Transe” (1967), entre outros que consagraram a máxima do Cinema Novo:

“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

Fiquei surpreso quando, no primeiro semestre deste ano, participei de um dos painéis do 3º Congresso Internacional de Jornalismo Cultural, promovido pela Revista Cult que, em função da data, reverenciou o notável autor.

No material de apresentação, recebido por todos os participantes, aparecem em destaque alguns de seus pensamentos publicados na Imprensa brasileira:

À Folha de S.Paulo, em 14.10.1976: “A contradição é o princípio da democracia. Há necessidade do diálogo e do antidiálogo, pois da discussão nasce a luz”.

Ao site Tempo de Glauber: “A cultura popular não é o que se chama tecnicamente de folclore, mas a linguagem popular de permanente rebelião histórica”.

Ao Jornal da República, em 03.09.1979: “Artista não pode trabalhar pensando em público, quem pensa em público é político”.

Ao Jornal de Brasília, em 04.01.1079: “O jornalismo é uma verdadeira literatura moderna, mas o jornalista escreve reprimido, literalmente. Tem medo de soltar a veia literária porque há as convenções do jornalismo. Deveria ser o contrário”.

À Raquel Gerber, em Roma, no ano de 1973, Glauber foi mais contundente:

“As manifestações do povo são as mais importantes, e eu filmo essas manifestações, por isso é que convencem, convencem até os inimigos porque tá lá a verdade”.

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