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Sobre jornalismo e o acaso…

Caso do acaso.

Estava remexendo os guardados na casa da mãe – e vejam o que encontro?

O que restou de um dos tomos da enciclopédia que o pai me deu quando era criança, recém-alfabetizado, a frequentar as aulas do Grupo Escola Oscar Thompson.

Folhas soltas, esmaecidas pela ação do tempo, e sem a proteção da capa colorida que, desconfio, era o recurso para chamar a nossa atenção e nos prender em casa no afã da leitura.

Sim, pois à época a meninada vivia na rua a jogar futebol na calçada, rodar peão, empinar ‘papagaio’, descer ladeira abaixo em carrinhos de rolimãs e outras tantas venturosas aventuras.

O curioso – e a razão deste post – é que foi em dos cinco volumes da edição que tomei contato pela primeira vez com o que é jornalismo.

Nunca esqueci a definição que ali recolhi sobre o tema:

“Jornalismo é a expressão do pensamento social”

Não, meus caros cinco ou seis destemidos leitores, não imaginava então que esta seria minha arte (ui!) e meu ofício. Mas, por aqueles dias e sucessivamente, quis ser marinheiro (sou um pífio nadador), bombeiro (toda e qualquer sirene me deixa em pânico), guitarrista de uma banda de rock (sem talento para a música), jóquei (só se for de elefantes) e por aí vai.

Ou melhor, foi…

Até que outras leituras (Machado de Assis, Rubem Braga, Fernando Sabino, Mario Quintana, Lima Barreto, Carlos Heitor Cony, entre outros) me trouxeram para esta seara.

Este ano, mês que vem, completo 40 anos de carreira – é mole ou quer que mexa?

Dá para dizer que o acaso também se fez presente nessa escolha.

Não sei dizer o quanto aquele artigo (era mais que um verbete, pois tinha duas páginas ilustradas com o desenho de um velha prensa e a foto de um senhor de terno, gravata com nó afrouxado e chapéu) influenciou a minha decisão.

Penso que não influenciou em nada.

Curioso é que ainda hoje, quando me pedem uma definição para o fazer jornalístico, recorro ao velho axioma. Mesmo que eu diga que somos os historiadores do cotidiano, os mediadores das demandas sociais ou coisas do gênero, no fundo, no fundo, estou querendo dizer que “jornalismo é a expressão do pensamento social”, como ensinou a enciclopédia de capa colorida que o pai me deu de presente no mais antigo dos anos.

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