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Sobre jornalistas e aventureiros

Fica difícil para este repórter vira-lata responder a questão que alguns jovens estudantes de jornalismo me fazem logo pela manhã desta segunda-feira:

“Professor, qual o futuro da profissão?”

Eles estão confusos com os descaminhos da profissão.

Não bastassem as redações cada vez mais enxutas (A cada dia se tem notícia de um novo corte de pessoal neste ou naquele veículo. O último, ao que consta, foi o da turma de Esportes da Band TV na semana passada), “todo mundo se diz jornalista, professor”.

II.

Não faz muito – me diz uma das jovens – uma famosa periguete queixou-se de que foi expulsa de uma festa, onde compareceu para “trabalhar como repórter de um programa da RedeTV”.

Ontem mesmo – alega outro – a Folha de S. Paulo abriu o caderno Ilustrada com a publicação de entrevista do apresentador Gugu Liberato que anunciou o teor de seu novo programa na TV Record:

“Estamos fazendo jornalismo.”

Pergunto se estão falando do Gugu, aquele mesmo que forjou uma entrevista com falsos integrantes do PCC.

Eles me dizem que sim.

E logo acrescentam “a chamada” que viram esses dias para o novo CQC, agora comandado pelo ator Dan Stulbach.

De óculos escuros e vestido a caráter, o sucessor de Marcelo Tas garante:
“CQC, o programa que mistura, como ninguém, jornalismo e humor.”

III.

Peço aos meninos que parem. Já ouvi o suficiente – e brinco: 40 anos depois, estou quase desistindo da profissão.

Aventureiros, sempre os há.

De qualquer forma, peço a eles que não desistam.

O bom jornalismo vai precisar – e muito – de pessoas vocacionadas para o exercício da função. Que prega, em última instância o esclarecimento da opinião pública e a defesa da postura ética e das funções críticas e fiscalizadora (inerentes à profissão).

IV.

Estou tranquilo quanto ao futuro da profissão.

Serão eles os protagonistas do novo jornalismo e, seja qual for a mídia, qual for a plataforma comunicacional, tenham sempre em mente que a reportagem é a essência de todo nosso trabalho e a meta é a de sempre: a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

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