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Sonhos e utopias

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Foto:  reprodução/twitter

Há dias que são assim…

… para agradecer

Agradecer, de todo o coração, às manifestações de carinho e apreço que ontem recebi por ocasião da passagem do Dia do Professor.

Fiquei um tantinho surpreso – e emocionado de montão.

Virei um velhote muuuuuito sentimental, espero que entendam.

Entre as mensagens que recebi houve aquela que me questionou sobre as diferenças entre o jornalista e o professor.

Permitam-me, aqui, respondê-la.

Amigos, se há diferenças, diria que passei batido pelas tais nesses vinte anos de magistério.

Sempre entendi que as duas funções lidam com a verdade factual, com a realidade. Seja no âmbito da história ou na esfera da ciência e da atualidade.

Abro parênteses para fazer uma ressalva que acho importante: jornalismo não é ciência, mas, sim, a aplicação (sobretudo honesta) de um feixe de conceitos das chamadas ciências sociais.

Fecho o parênteses e prossigo.

No meu caso específico, nas aulas para estudantes do curso de jornalismo, sempre me vi como jornalista a intermediar a informação para um público específico.

Ao preparar as aulas, seguia basicamente o roteiro e o encaminhamento que sempre desenvolvi para escrever as minhas reportagens.

Obedecia aos mesmos critérios de objetividade, clareza e coesão que procurava dar aos textos.

Sempre deixei claro aos meus preclaros espectadores que os trataria como um igual.

Argumentava com a observação que nos legou o notável Guimarães Rosa:

“Passarinho quando debruça o voo já está pronto.”

Entrou na sala de aula do curso, entenda-se jornalista.

O desafio da reportagem (todo profissional de Imprensa é essencialmente um repórter) vai muito além de qualquer técnica possível e imaginável.

Jornalismo é sobretudo caráter.

Quando assumi a coordenação do curso, eu o fiz valendo-me da experiência que acumulei no comando das redações por onde andei.

A diferença que senti era mínima, mas intrincada:

Estaria à frente de professores/professores e professores/jornalistas.

São iguais, mas têm naturezas diferentes, acreditem.

(Às vezes, e não raras vezes, há embaraçoso conflito entre as partes.)

Mesmo assim, e dentro dos limites impostos pelas grades curriculares, há que se preservar o todo e, muito atentamente, cuidar das individualidades; pois são essas que fazem a roda do aprendizado girar.

Problemas, sempre os há. Nas redações e na academia.

Se não existissem os tais, pensem comigo, não haveria avanços e o almejado ‘seguir em frente’.

Em muitas ocasiões, confesso, mais aprendi do que ensinei.

Enfim – e por fim, entendi, nas redações por onde andei, que a jornada se renova a cada manhã.

Que a vida não é muito mais do que uma abençoada corrida de revezamento.

Assim, desde o meu primeiro dia em sala de aula, tive a convicção de que minha função ali era passar o bastão para a garotada.

É a vez deles!

Que a turminha, se possível e assim quisesse, recolhesse as utopias que deixei pelo caminho, não abrisse mão do inalienável direito de sonhar e seguir em frente. Foco prioritário: o bem comum.

Que batalhasse firmemente pela felicidade no sentido pleno, individual e coletivo.

Afinal, ser feliz é tudo o que se quer.

 

 

1 Response
  • Aramis Magwitz Guimarães de Oliveira
    18, outubro, 2021

    Muito bonito o texto, é legal nos sentirmos lembrados e queridos né? Excelente semana para nós e de muitas vitórias!

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