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Teares da existência

Entrevista com a esotérica Solagen Klaí, responsável pelo Espaço Esotérico
Aquarius

De segunda à sexta, a rotina de Solange Klai é igual. À primeira vista, estafante. Acorda pouco antes das seis, toma um rápido café e sai de sua casa em Santo André para, às sete horas em ponto, estar no seu Espaço Esotérico “Aquarius”, aqui, pertinho na rua Rodrigues Alves. Ao lado da fiel escudeira e secretária Terezinha, passa a dar atendimento às pessoas que a procuram para consultas de improrrogáveis 55 minutos. Ela mesmo se define como uma estudiosa de astrologia, numerologia, tarô e quiromancia (leitura das mãos).

Formada em Economia, desde os 16 anos empenhou-se em conhecer “a essência do ser”. Mas, só em 88 começou a atuar profissionalmente na área mística. “A necessidade de me conhecer foi o que me conduziu por esse caminho – diz Solange. Tenho um enorme prazer no que faço – e essa é a recompensa maior. Ajudar às pessoas é algo que me completa e estimula”.

Até as 18 horas, as sessões seguem ininterruptamente. “Paro por cinco minutos para me reenergizar” – explica. Vez ou outra, faz uma leve refeição. Rápida, porém. Pois, os atendimentos não podem parar. Nesse ritmo, já prestou serviços para nada menos que 20 mil pessoas. Quase sempre, uma legião de tristes e esperançosos.

“Olha, para ser sincera, quem mais me procura são pessoas de alta renda, de todos os segmentos profissionais. Estão em busca de respostas, de se auto-conhecer, de se fazer melhor para si e para aqueles que as rodeiam. Na maioria das vezes, trazem problemas de ordem familiar, afetiva, financeira. Outros procuram “toques” para sua realização profissional, para concretização de objetivos antigos que andam emperrados. É bom vê-Ios retornar felizes, deliciando-se com o sabor das conquistas. É muito gratificante.”

Para Solange, tudo no Cosmos está amarrado por fios invisíveis. E exerce uma direta influência sobre nós. Assim como influenciamos, com nossas atitudes, a ordem natural da vida. O destino de cada um está traçado. Mas, há o merecimento e o livre arbítrio que podem alterar o rumo dos acontecimentos. É aqui que as ciências alternativas – astrologia, numerologia, tarô, quiromancia, entre outras – podem funcionar como um anteparo ao que não se quer. São os teares da existência de cada um.

“Todos anseiam pela felicidade. Mas, só o merecimento e o livre-arbítrio podem nos levar ao caminho acertado. Você sabe que está na sua plenitude quando percebe que é feliz naquilo que faz. Quem não conhece magnatas e poderosos infelizes? Ao contrário, você vê pessoas mais humildes, sem quaisquer posses, absolutamente felizes no seu modesto dia-a-dia. Não há uma receita para ser feliz. Mas, sim, uma longa caminhada de auto-conhecimento e mesmo desprendimento. É neste sentido que os meus dons podem ajudar às pessoas.”

Com efeito, os dons de Solange não surgiram do nada. Desde que sentiu interesse pelo esoterismo, tratou de ir à luta (o livre-arbítrio). Entregou-se aos estudos de cada uma de suas especialidades em livros nem sempre tão acessíveis (o merecimento). Não havia o reconhecimento que hoje existe. E a bibliografia era rara e, na maioria das vezes, escrita em castelhano. Não esmoreceu. Sentia que era o seu destino. Participou de cursos, conferências, grupos de pesquisas, simpósios.

Essa determinação persiste ainda hoje. É um ciclo que não se esgota. “O novo sempre vem” – diz uma velha canção. E todos têm que estar preparados para o aprendizado, para as mudanças. –

“Às vezes, uma pessoa trava numa determinada questão e não sabe porque as coisas começam a andar para trás. Talvez lhe falte uma cor. Os números não estão favoráveis. Ou os astros indicavam outra solução… É muito importante que o individuo esteja em harmonia consigo mesmo e com o Cosmos.”

Solange não entende sua missão como algo especial. Define-se como uma trabalhadora comum. Aliás, uma mulher com dupla jornada. Depois da lida no Espaço, volta a ser a esposa e dedicada mãe da garotinha Audrey. Afazeres é que não faltam também em Santo André. –

“Amo tudo o que faço. Tanto aqui na Vila Mariana como em casa, sinto-me plenamente realizada. Embora faça questão de não abrir mão de novos sonhos e conquistas. É o que nos mantém vivos, produtivos e felizes… É bom repartir essa crença com outras pessoas, despertar suas potencialidades e reintegrá-Ias na fé e na esperança de dias melhores.”

* Gazeta do Ipiranga

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