Pois então…
A primeira vez que ouvi o nome de José Serra foi durante a fracassada campanha de Fernando Henrique Cardoso para prefeito de São Paulo em 1985.
A citação do pessoal do diretório do PMDB não foi lá muito elogiosa:
“Ele mais desagrega do que coordena a campanha do senador. É muito egocêntrico. Pensa que é ele o candidato.”
Só para registro: à época, a turma do Ulysses e a do Covas pertenciam todos ao PMDB, o PSDB não havia sido fundado – coisa que, aliás, acontece meses depois após um racha entre o ex-prefeito Mário Covas e o deputado federal Roberto Cardoso Alves.
Já devo ter contado essa história em alguns dos meus posts anteriores, pois ao fim da reunião da cúpula partidária – um acabou no Hospital Dante Pazzanese e outro foi parar no Incor.
Deem um Google aí, amáveis leitores, pois assunto de hoje não é este.
Eu pretendia mesmo lhes falar da sonora vaia que o agora ministro das Relações Exteriores – ele mesmo, o desagregador – levou em sua visita oficial à Argentina em busca de apoio da centro-direita que, por lá, assumiu o Poder ao vencer as eleições presidenciais do ano passado.
Los hermanos, não caíram no canto da sereia…
II.
Outro bom assunto para hoje é o cerco que manifestantes fizeram à casa em São Paulo daquele senhor que imaginou ocupar a Presidência ilegitimamente – e ocupou. A Polícia Militar precisou fazer barreira nas imediações da residência para evitar maiores constrangimentos.
O senhor inclusive antecipou sua volta à Brasília para evitar aborrecimentos no fim de domingo.
III.
Também queria registrar a passagem Eduardo Cunha, o cândido, por São Paulo. Deu entrevista para um programa de TV. Jantou no Fasano e continua solto pela aí. A fazer indicações para compor o Ministério do retrocesso.
IV.
Vale também comentar a reportagem do Gil Alessi para o El País Brasil sobre a violência policial que nos degrada e aniquila enquanto sociedade que se pretende contemporânea. A partir deste texto/denúncia refletir sobre quem ocupa hoje o Ministério da Justiça.
V.
Mas todo esse caldo de TEMERidades perde espaço para o quê a Folha de S.Paulo noticia hoje como manchete: “Em gravação, Jucá sugere pacto para deter a Lava Jato”.
Apenas um trecho:
Machado – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
Jucá – Com o supremo, com tudo.
Machado – Com tudo, aí parava tudo.
Jucá – E delimitava onde está, pronto.
(O interlocutor do ministro Romero Jucá é o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
VI.
Hoje lá pela hora do almoço Jucá falou à Imprensa – e uma boa parte das emissoras de rádio e TV transmitiram a fala ao vivo. Assim como Cunha faz, todos entenderam errado o que ele quis dizer.
E agora José?
Cadê os paneleiros de plantão?
E o patonildo da Fiesp vai voltar para a avenida Paulista?
Vamos fazer um “jucaleco”?
Ou vamos esperar que o Jornal Nacional nos diga que não é bem isso…
*A íntegra da conversa no link:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1774018-em-dialogos-gravados-juca-fala-em-pacto-para-deter-avanco-da-lava-jato.shtml