Começou ontem a nova temporada do The Voice Brasil.
Se não me engano, é a sétima.
Os ilustres que estão no comando da cena são os mesmos da temporada anterior. Leifert, Mariana Rios, Ivete, Lulu, Brown e Teló.
A surpresa de ontem foi a aparição de Cláudia Leite como se fosse uma das participantes. Ela interpretou o clássico da soul music “It Hurt So Bad” e fez as quatro cadeiras girarem pra ela.
Ufa! Já imaginaram…
Foi uma brincadeira, bem-humorada, a revelar que o potencial da cantora vai muito além dos trios elétricos…
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Aviso aos navegantes que não sou fã de carteirinha da turma aí de cima. Tenho minha simpatia por Brown, gosto das músicas do Lulu e acompanho à distância a carreira de Claudinha, Ivete e Teló.
Acho, no entanto, que o pessoal dá conta do recado – e sobram – nas funções que exercem ali. O programa tem boa dinâmica, é envolvente pra quem como eu gosta e se interessa por música popular.
Prefiro quando os participantes cantam em português, recuperam clássicos da MPB ou mesmo deem uma nova roupagem aos sucessos que hoje bombam na mídia e no showbiz.
Mas, é isso é coisa minha – e espero que meus cinco ou seis leitores me entendam.
Entendam até minha incoerência em achar que Kevin Ndjana roubou a cena e foi o melhor de ontem com o acelerado “Uptown Funk”.
Confiram AQUI!
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Porém, “e sempre existe um porém”, como dizia Plínio Marcos, o grande barato do programa, o que me deixa cativo e atrai, é mesmo a participação corajosa dessas figuraças que ali se apresentam. Que se põem à prova do rigor (afável, mas rigor) dos avaliadores e do grande público que invariavelmente o The Voice Brasil atinge (tanto que ampliou-se para dois dias por semana a inserção do programa, agora às terças e quintas depois da novela das nove).
Todos, literalmente todos, chegam ali para defender o sonho da vida. Estampam esta luz na voz, no olhar, no coração. Por vezes, derretem-se tal o nervosismo que trazem para o palco.
São épicos nesse delírio, contemplados ou não com a aprovação dos jurados e nossa.
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Não sei se é pelo fato de escrever bons anos sobre música popular ou se é por causa de alguma situação atávica que vivi e ainda lateja em mim, não sei se é por causa da idade que me deixa mais bobalhão do que habitualmente já sou, sei que torço pela desempenho de todos. Bate, confesso, um não-sei-quê de emoção e nunca concordo quando um deles não é aprovado.
Ô judieira!
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Gosto da coragem, já disse.
Somos um país de incontáveis talentos e ritmos e gêneros musicais e manifestações artísticas e arteiras…
Mas gosto ainda mais da honestidade de propósitos com que esses tais se apresentam.
Aragem boa de que a vida segue, transforma-se e permanece uma dádiva.
Se cada um de nós tivesse este mesmo comprometimento com o sonho que acalenta e o defendesse e se empenhasse assim como os vejo comprometerem-se e se empenharem, tenho certeza que o Brasil (e o mundo) não estaria assim destrambelhado…
Amanhã tem mais!
*(foto: raquel cunha/tv globo)
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