Assisto ao The Voice deste ano sem o entusiasmo natural de anos anteriores.
A emoção é a mesma, porém.
Meus cinco ou seis fiéis leitores bem sabem – pois, tantas vezes aqui já lhes escrevi – que me sensibilizo com aqueles que correm e lutam e se entregam à realização da própria lenda pessoal. Seja ela qual for.
Viver sem música (alguém já escreveu) é mesmo um extraordinário equívoco.
Viver de música, uma bênção.
Gosto de ver a rapaziada rasgando alma, coração e garganta para dar o seu recado e, assim, agarrar a chance de escrever a própria história.
Como explicar minha baixa expectativa, então?
Arrisco-me a uma perigosa generalização, como só e acontecer quando se procura explicar todos por um. Ou versa e vice.
São todos ótimos – inclusive alguns para os quais não viraram as cadeiras dos jurados.
Só que os vejo – até aqui – como pouco originais.
Têm talento, potencial, beribéri e o escambau, mas gostaria que vê-los ousar caminhos próprios e, digamos, mais progressistas. Que não ficassem a repetir
o rame-rame do que já se tem por aí.
Encontrassem o caminho das pedras do próprio cantar.
Não é rabugice do blogueiro, não.
(Quer dizer, penso que não.)
É que minimamente espero que a nossa MPB (ainda existe?) se reinvente e saia da mesmice que hoje a assola e consagra nos meios de comunicação.
Sei que a bola está com essa turminha e torço por eles.
O show não pode parar.