15 de março de 1998. A lembrança de um dia triste.
Morreu Sebastião Rodrigues Maia.
O rei da soul music brasileira.
Tim Maia.
II.
À época, ele não vivia um bom momento na carreira.
Mercê de sua fama de “doidão”, ele estava longe dos holofotes e da grande mídia.
Mesmo assim, continuava sendo um talento raro, único, no cenário artístico tupiniquim.
Continua sendo, há de bem lembrar o atento internauta.
Haja visto o sucesso do musical sobre a vida deste carioca da Tijuca. “Tim Maia – Vale Tudo” chega agora a São Paulo, depois de cumprir brilhante temporada no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil.
III.
A sensação que tenho é que a fama e o prestígio de Tim Maia é maior hoje.
Vale ressaltar a contribuição do ágil texto de Nélson Motta (“Vale Tudo – O Som e Fúria de Tim Maia”) que vendeu centenas de milhares de exemplares – e inspirou o musical e deve ser base para o roteiro do filme que vem por aí.
Vale também destacar o promissor Tiago Abravanel que, aos 24 anos, encarnou com propriedade e vigor o cantor/compositor/encrenqueiro na montagem e – é provável – seja o protagonista para a versão no cinema.
Vale tudo, como nos ensinou o próprio.
Creio, porém, que o que move tamanho interesse é a grandeza da obra de Tim Maia. Sem pensar muito, dá para se listar dez hits de inabalável apelo popular -“Primavera”, “Azul da Cor do Mar”, “Coroné Antônio Bento”, “Me Dê Motivos”, “Gostava Tanto de Você”, “Do Leme ao Pontal”, “Vale Tudo”, “Você”, “Descobridor dos Sete Mares”, “Não Quero Dinheiro – Só Quero Amar”, entre outros.
IV.
A ampliar a ressonância desse legado musical, a biografia, digamos, acidentada de TIm o transformou em u personagem instigante. Bem ao estilo do que aconteceu com o maluco-beleza Raul Seixas, virou mito e referência. Com a diferença que suas sacudidas canções se mostram cada vez mais atuais, bem a gosto das novas gerações.