"Por isso hoje eu acordei
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia
De beijar o português da padaria"
Com ou sem a permissão do autor, faço coro ao digníssimo cantante Zeca Baleiro nesta manhã de sol. Não pensem bobagem, inclusive o circunspecto senhor Manoel que me atende, cordialmente, todas as manhãs na padaria perto de casa.
Por favor, não me entendam mal. Infelizmente não recebi telegrama, telefonema, email ou coisa que o valha de alguma moça dizendo "que muito me ama, que tanto me ama". Mas, tive minhas compensações. E foi em forma de dedicatória que imodestamente transcrevo a seguir:
"Ao amigo Rodolfo, que virou professor
– dos melhores que conheço – sem deixar
de ser jornalista, ou melhor, repórter.
Forte abraço. Ricardo Kotscho"
Recebi o livro "Do Golpe ao Planalto. Uma Vida de Repórter" ontem após o seminário "A prática das Grandes Reportagens" e fiquei todo-todo…
II.
Kotscho foi o mediador do bate-papo o entre os jornalistas José Hamilton Ribeiro, Luiz Carlos Azenha, Geneton Moraes Neto, realizado ontem no salão nobre da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo. Na platéia, aproximadamente 500 estudantes de jornalismo e de outros cursos da área de Comunicação. Fiz parte da mesa na condição de coordenador docurso de Jornalismo, fui apresentado como debatedor. Mas, garanto a vocês, só fiz me divertir e aprender luminosas lições de vida.
O seminário marcou também o lançamento do primeiro volume de "O Livro das Grandes Reportagens". Trata-se de uma iniciativa da Editora Globo que tem, como proposta, dar forma impressa a algumas das melhores matérias mostradas pelo Fantástico.
Geneton assina o perfíl de Pelé. Também reuniu os textos dos demais jornalistas e cuidou da edição final.
— A obra tem a saudável pretensão de celebrar o casamento entre duas maravilhas: a instantaneidade da TV e a permanência do livro.
III.
O seminário teve momentos divertidos – e um especialmente tocante, que certamente irão aparecer, neste espaço, nas próximas semanas. Prometo! (Mas, não custa, de vez em quando, vocês me cobrarem…)
Para finalizar, quero registrar outro momento encantado para mim. Além de compor a mesa com notáveis jornalistas, o lugar que me coube foi privilegiado. À minha direita, Zé Hamilton; à esquerda, Kotscho, dois nomes luminares da história do jornalismo brasileiro.
Esta manhã só podia ser de sol…
De quebra, Kotscho anunciou a boa nova: ano que vem, ele e amigos jornalistas lançam "Brasileiros" – uma revista que vai resgatar a tradição das grandes reportagens, "no estilo da velha Realidade".
Que dia bonito, gente. Vamos trabalhar.
Que Nossa Senhora das Boas Letrinhas nos abençoe…
(Importante. Para não faltar com a verdade diante de distintos leitores e diletos jornalistas, preciso fazer um reparo. Coisa dessas modernidades. Esqueci de dizer que exatamente à meia-noite e meia recebi, sim, uma mensagem no celular. Dizia: "Parabéns. Deve ter sido um sucesso! Bjs". Fiquei feliz, claro. Mas, desta feita, creditei a graça a São Judas, o santo das causas impossíveis.)