Recebo no WhatsApp dezenas de mensagens, em textos e vídeos, a lamentar o infortúnio que desgraçou o mais antigo dos nossos museus.
Separo a que vem assinada pelo professor Thomas de Toledo, doutorando em Arqueologia pelo MAE/USP, para aqui reproduzi-la, com a devida permissão.
Tomo esta liberdade por solidariedade.
Também por entender que é uma causa que atinge a todos nós, brasileiros e cidadãos.
Leiam, por favor.
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Uma tragédia sem precedentes é o incêndio no Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Seu presente de 200 anos foram cortes orçamentários que levaram à completa destruição de 20 milhões de peças. O museu mais antigo do país, onde funcionou a sede da Monarquia, foi abaixo pela irresponsabilidade de como as autoridades vêm tratando a memória histórica e o conhecimento. Perdemos um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural respeitável internacionalmente. Tínhamos a maior coleção egípcia da América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos. Acervo africano, americano pré-colombiano, grego, mediterrâneo, do Brasil pré-histórico e fósseis até mesmo da mais antiga brasileira já encontrada: Luzia. Havia ainda animais desde a explosão cambriana, dinossauros, a megafauna do pleistoceno, como a preguiça gigante e até mesmo milhares de borboletas. Perdemos uma biblioteca insubstituível, com obras raríssimas como os livros da expedição de Napoleão no Egito e o diário de viagem de Dom Pedro II às pirâmides e a Luxor. Pesquisas em andamento viraram pó. A memória e a ciência brasileira e mundial estão em luto. Uma dor irreparável! Que nestas eleições, haja um compromisso dos políticos com a memória, a história e a ciência. Minha solidariedade a todos os trabalhadores e pesquisadores.
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Indicações de outras leituras:
Sakamoto: Incêndio do Museu Nacional não é tragédia; mas fruto de um projeto de país
CartaCapital: A falta de prestígio da História é histórica no Brasil
UOL: Reforma do Maracanã bancaria manutenção do Museu Nacional por 2,4 mil anos
El País: O longo e incerto caminho para a construção do Museu Nacional
Foto: Manifestantes em frente ao que restou do Museu Nacional entram em confronto com policiais/ Thomaz Silva
Veja também:
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