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Tudo muda no compasso das eleições

01. A semana foi repleta de notícias que, na essência, revelam o quanto precisamos mudar para alcançarmos o Terceiro Milênio como uma Nação desenvolvida, onde se pratique a democracia e respeite o direito de todo cidadão a ter uma vida digna, com o Estado lhe garantindo os requisitos básicos de sobrevivência. O neo-liberarismo do presidente Fernando Henrique Cardoso parece ter assegurado a estabilização da moeda e exibe, até o momento, uma ostensiva vitória sobre o monstro inflacionário, que aterrorizava os bolsos e corações da gente. No entanto, hoje, há quem vislumbre de igual (ou pior) virulência a nova ameaça que se projeta sobre nossas cabeças: o desemprego, provocado pelo estancamento a fórceps da Economia, desde o fim do governo Itamar Franco. Assim, eis que nos colocam novamente de frente para um beco supostamente sem saída. Se correr o bicho pega, se ficar…

02. Mas, em tempo, é bom que se faça uma ressalva. Nada está perdido. Explica-se. As eleições presidenciais de 98 (pois é, de 98) já batem às nossas portas, na metade de 97. Candidatos de diversos matizes (inclusive o próprio FHC) já estão com seus blocos nas ruas. Aquecem as baterias para chegar embalado no início do próximo ano e, então, cantar o velho enredo de promessas e realizações que nos encantam e fazem sonhar com dias melhores. O Governo PSDB/PFL interessadíssimo na reeleição não deve demorar em tomar medidas que revitalizem o comércio e indústria e planifiquem um País menos trôpego e mais saudável. E, claro, em decorrência, Congresso e Assembléias vão passar a legislar em prol das chamadas causas populares. Obras grandiosas serão inauguradas e nossos homens públicos vão dar mostra do quanto querem ver o nosso bem. Tudo porque 98 é ano eleitoral…

03. Uma pena que nossa Nação contemporânea só se manifeste nessas ocasiões. Pois, enquanto a caça aos votos não nos traz a sensação de felicidade plena, vamos convivendo com o caos na Saúde Pública, o déficit habitacional, a violência urbana, precatórios, deputados acreanos, tráfico de influências, trânsito caótico e a ponte que quase cai. Que remédio.

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